O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou tentativa de golpe e afirmou que para
decretação de estado de sítio é necessĂĄrio apoio do Congresso Nacional. A
declaração do ex-chefe do Executivo ocorreu durante entrevista à Revista Oeste,
nesta terça-feira (27/2).
A Polícia Federal (PF) encontrou uma minuta golpista no escritório do
ex-presidente na sede do PL, em Brasília. O documento decretava estado de sítio
e garantia da lei e da ordem. Os investigadores apuram tentativa de golpe de
Estado com o intuito de manter Jair Bolsonaro na PresidĂȘncia.
"Golpe envolve conspirações, envolve articulações no submundo, envolve
gente de todos os Poderes, da imprensa, com dinheiro, com tropa e outras coisas
mais. Bem, nada disso se cogitou", defendeu Bolsonaro.
"O que mais se fala na imprensa é uma minuta de estado de sítio, que
[eu] queria dar um golpe em cima disso. Primeiro: ninguém dĂĄ um golpe em cima
de dispositivo constitucional. E como acontece o estado de sítio? São 3
momentos, estado de guerra, se tiver pra entrar num conflito; algo que comoção
nacional ou quando o estado de defesa, que é o mais brando, não deu certo",
afirmou o ex-presidente.
"Aí então, o presidente convoca
os conselhos da República e da defesa, em torno de 15 pessoas, presidentes de
Câmara e SenadoÂ
para discutir se vai levar adiante o estado de sítio ou não",
explica Bolsonaro.
O ex-presidente defende que não houve articulação do seu governo para
tentar dar um golpe de Estado.
"Nada disso aconteceu. É um absurdo, são narrativas que a imprensa não
consegue entender e massifica. E vamos supor que fosse um golpe de estado de
sítio, quem estaria dando golpe seria o parlamento, que dĂĄ última palavra",
alega Bolsonaro.
O ex-chefe do Executivo ficou em silĂȘncio durante depoimento na sede da
PF, em Brasília, na última quinta-feira (22/2).
Além de Bolsonaro, ex-ministros de seu governo e membros das Forças
Armadas presentaram depoimento sobre a suposta tentativa de golpe. Entre eles,
o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ex-ministro de Segurança Institucional
general Augusto Heleno, o oficial do Exército Ronald Ferreira de Araújo Junior
e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.
Fonte: Metrópoles