A Gazeta do Povo buscou esclarecimentos da Federação Nacional dos
Jornalistas (Fenaj), da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) a respeito da prisão temporária
do jornalista português Sérgio Tavares. Tavares mencionou que teve que
responder perguntas sobre seu ponto de vista em relação a Alexandre de Moraes,
Flávio Dino e vacinas ao tentar entrar no Brasil. Vale lembrar que o jornalista
recentemente entrevistou o presidente Jair Bolsonaro em seu canal no YouTube.
As associações mencionadas, no entanto, mantiveram-se em silêncio sobre o caso.
A detenção temporária do profissional no aeroporto de Guarulhos foi
efetuada pela Polícia Federal, sob a justificativa de falta de visto de
trabalho. No entanto, uma norma do Ministério das Relações Exteriores dispensa
jornalistas da União Europeia de mostrar tal documento para a prática de
atividades jornalísticas por até 90 dias.
O advogado André Marsiglia, com especialização em Liberdade de
Expressão, classificou como "irrazoável" a justificativa dada pela Polícia
Federal para a detenção do jornalista. Marsiglia expressou em sua conta na rede
social X que "o jornalista português Sérgio Tavares não parece ter passado por
protocolo padrão nenhum. A justificativa de que precisava de um visto de trabalho,
como muitos mostraram, é irrazoável e, ainda que não fosse, não explica seu
interrogatório de horas sobre publicações que fez sobre o Brasil".
"Me espanta o silêncio das autoridades dos dois países, das entidades de
defesa dos jornalistas e de uma parte da imprensa que, relativizando o caso,
disse que ele não era jornalista profissional [
] Ainda disseram que esse é o
procedimento padrão nos aeroportos do mundo. Nunca vi ninguém ser parado em
aeroporto nenhum para ser questionado sobre o que pensa do judiciário local",
completou Marsiglia.
Fonte: As informações são da Gazeta do Povo.