Um ano antes da fuga inédita do presídio de Mossoró (RN), outras duas
tentativas de evasão de detentos em penitenciárias federais foram registradas
pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Uma delas também
aconteceu em Mossoró, e a outra na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR),
onde está detido o traficante Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo
Piloto.
Os registros fazem parte de documentos da Secretaria Nacional de
Polícias Penais (Senappen) aos quais a coluna teve acesso com exclusividade.
Nos dois casos ocorridos entre o início de 2023 e fevereiro de 2024, de
acordo com a Senappen, os detentos foram contidos antes de alcançar áreas
consideradas proibidas. "Nas duas situações, as ações foram prontamente
repelidas, e os presos não obtiveram êxito sequer em sair da área de segurança máxima",
diz a Senappen.
Os planos de fuga, na avaliação do órgão vinculado ao MJSP, são
considerados "comuns". "É comum, em estabelecimentos prisionais, estaduais ou
federais, que presos busquem fragilidades na estrutura, com o intuito de se
evadirem", diz a secretaria nacional.
Os detalhes sobre as duas tentativas de fuga registradas em Mossoró e
Catanduvas, no entanto, foram mantidos em sigilo, uma vez que poderiam "colocar
em risco as atividades do Sistema Penitenciário Federal".
"Algumas informações, se forem divulgadas ou tiverem acesso irrestrito,
poderão pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; pôr em risco
a segurança de instituições; ou, ainda, comprometer atividades de Inteligência,
bem como de investigação, relacionadas com a prevenção ou repressão de
infrações penais", avaliou a Senappen.
A fuga da Penitenciária de Mossoró foi a primeira registrada desde 2009,
quando foi criado o Sistema Penitenciário Federal. Os detentos, ligados ao
Comando Vermelho, conseguiram passar por um buraco em uma luminária de uma das
celas para acessar o telhado da unidade, de onde conseguiram fugir.
As buscas continuam, com participação da Força Nacional de Segurança, da
Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e de forças de
segurança estaduais.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br