Após a morte da advogada Gabriela Contijo, de 27 anos, durante o TAF
(Teste de Aptidão Física) da Polícia Militar do Distrito Federal, o deputado
Julio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF) protocolou um projeto de lei na Câmara
que regula a realização das avaliações físicas, com proibição de testes em
determinados horários e regras para investigar e identificar possíveis falhas
nos processos.
O TAF é uma etapa comum em concursos para polícia, Corpo de Bombeiros e
áreas similares. Ele serve para verificar se o candidato tem condições físicas
adequadas para o cargo que deseja exercer. Atualmente, é o edital de cada
concurso que define as regras e os exercícios exigidos no teste, porém,
geralmente, envolvem barra fixa, abdominais e corrida.
Pela proposta, a banca examinadora deve ter uma equipe treinada em
primeiros socorros para atendimento a emergências. Antes da prova, os candidatos
serão submetidos a uma avaliação médica prévia, que deve ser realizada antes
dos testes físicos, com o objetivo de detectar condições de saúde que possam
representar riscos durante a realização dos testes.
Além disso, o texto proíbe a aplicação do TAF nas horas mais quentes do
dia, entre 10h e 16h.
Outra regra prevista no projeto de lei tem a ver com os critérios de
diferenciação de desempenho mínimo para homens e mulheres, que, segundo o
deputado, "serão fixados com base no desempenho médio de pessoas em condição
física adequada para a realização satisfatória das funções do cargo ou
emprego".
Para o deputado, a regra é "uma medida essencial para assegurar a
equidade, considerando as diferenças fisiológicas e etárias entre os gêneros" e
a "abordagem busca promover igualdade de oportunidades, levando em consideração
as especificidades individuais e as exigências específicas de cada cargo ou
emprego".
Morte em prova da PMDF
A advogada Gabriela Contijo, de 27 anos, morreu em 29 de janeiro após
ter um mal súbito durante o TAF da Polícia Militar do DF. Ela chegou a ficar
internada em uma UTI (Unidade Terapia Intensiva), mas não resistiu. Segundo
familiares, a jovem treinava todos os dias e não tinha problemas de saúde.
O mal-estar de Gabriela ocorreu durante o teste de corrida,
aproximadamente, às 16h. Para as mulheres, o desempenho mínimo exigido no TAF
era percorrer 2,2 km em até 12 minutos. Além dessa avaliação, foram realizados
os testes de barra e flexão abdominal.
Na época, uma testemunha que viu Gabriela passar mal durante a corrida
do teste afirmou que o socorro teria demorado a chegar no local. Mas a banca
organizadora do concurso, o Instituto AOCP, alegou que a candidata foi atendida
imediatamente pela equipe médica que acompanhava o teste.
O instituto informou que uma das regras do concurso exigia que todos os
candidatos apresentassem um atestado médico, comprovando sua capacidade para
realizar os testes físicos programados.
A jovem apresentou um atestado de aptidão física assinado por um
cardiologista de Samambaia, declarando-a apta para esta etapa da seleção,
conforme informado pela banca examinadora. A Polícia Civil ainda investiga o
caso.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br