Os Centers of Disease Control and Prevention, ou Centros de Controle e Prevenção de Doenças, são uma agĂȘncia do Departamento de SaĂșde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, que trabalha na proteção da saĂșde pĂșblica e da segurança da população.
A presidente do Departamento CientĂfico de Desenvolvimento e Comportamento da SBP, Liubiana Arantes de AraĂșjo, disse em entrevista à AgĂȘncia Brasil que a cartilha busca informar as equipes de saĂșde e de educação, bem como pais e outras pessoas que lidam com crianças, sobre os marcos de desenvolvimento esperados para cada idade. Dessa forma, entendendo o que esperar para cada idade, as pessoas poderão, estimular a criança. Se detectarem algum atraso, poderão agir o mais cedo possĂvel."Se a criança tem algum atraso ou algum risco, ela necessita de uma avaliação e uma intervenção imediatas", destacou a médica. A cartilha vai ajudar os pais e responsĂĄveis a detectar algum problema que os filhos apresentem no desenvolvimento. "Os pais não tĂȘm, muitas vezes, um conhecimento e suspeitam que a criança tem um atraso, mas não tĂȘm certeza disso. A cartilha ajuda muito os pais a compreenderem o que esperar para cada idade. E, se o meu filho não adquiriu aquela habilidade, o que estĂĄ acontecendo? Se é um atraso realmente, eu tenho que procurar ajuda, porque eu tenho um guia certo, com referĂȘncias cientĂficas, baseado em estudos, em pesquisas publicadas, resultante da avaliação de muitas crianças sobre o que, realmente, elas tĂȘm que alcançar em cada idade."
Apesar de a cartilha ter sido elaborada nos Estados Unidos, a questão dos marcos do desenvolvimento é aplicada para crianças de diversas regiões do mundo. "O cérebro tem as etapas que jĂĄ são previamente determinadas pela genética. Então, tanto no Brasil, Estados Unidos, Europa, Ásia, uma criança tem que andar por volta de 1 ano. Se ela tem 1 ano e 7 meses e não anda, ela tem um atraso porque o cérebro desenvolve a sua arquitetura da mesma forma, com etapas. É claro que a criança pode andar com 10 meses, 1 ano, 1 ano e dois meses. Tem um intervalo de variação, mas existem limites que são estabelecidos para qualquer criança, independente de onde ela viva. O que a gente entende é que não pode subestimar o potencial de desenvolvimento da criança", ressaltou Liubiana.
Segundo ela, uma criança brasileira, por exemplo, tem o mesmo potencial de outra que mora em paĂses desenvolvidos. A genética é que vai determinar isso, embora ela seja influenciada pelo ambiente. "As pessoas entendendo que, em um ambiente rico de estĂmulo, trabalhando para uma boa nutrição, para cuidar de evitar problemas de saĂșde, essa criança pode adquirir o seu pleno potencial de desenvolvimento, independente do paĂs em que nasceu."
Liubiana informou que a ideia é que a cartilha sirva à conscientização dos pediatras de todo o Brasil, para que eles possam entender melhor sobre o desenvolvimento das crianças, saber fazer avaliação, orientar os pais nos casos em que forem identificados atrasos. Nas próximas semanas, o documento estarĂĄ disponĂvel no site da SBP para consulta por todos os pais do paĂs, visando garantir informações de qualidade.
Ao longo de 28 pĂĄginas, a publicação divide-se em 12 seções representativas das diferentes faixas etĂĄrias da criança: aos 2, 4, 6, 9,12, 15 e 18 meses, além de 2 anos, 30 meses, 3, 4 e 5 anos. Liubiana destacou que a cartilha é um instrumento didĂĄtico, com as descrições dos marcos esperados para cada idade. A ideia é que os pais marquem o que seus bebĂȘs jĂĄ conseguem fazer e levem o questionĂĄrio preenchido para conversar com o pediatra e receber as orientações necessĂĄrias, durante as consultas.
Conforme destaca a integrante do Departamento CientĂfico de Pediatria Ambulatorial da SPP FlĂĄvio Melo, os cinco primeiros anos de vida das crianças são essenciais para um neurodesenvolvimento pleno do ser humano e, nessa fase, o comportamento verificado oferece pistas importantes sobre a saĂșde e o pleno desenvolvimento.
Fonte: AgĂȘncia Brasil