Ao assumir a cadeira da ex-ministra Rosa Weber no STF, nessa semana, o ministro
FlĂĄvio Dino se tornou o relator de uma ação em que um ex-colega dele na
Esplanada dos Ministérios do governo Lula tenta se livrar de um problemão.
Celso Sabino, ministro do Turismo, buscou o STF para reverter uma
decisão do Tribunal Regional Eleitoral do ParĂĄ que rejeitou as contas de sua
campanha a deputado federal, em 2022, e mandou o ministro restituir nada menos
que R$ 1,4 milhão ao Tesouro.
Nas palavras da própria defesa dele, a medida a ser analisada por Dino
no STF é um "catastrófico gravame financeiro" ao ministro do Turismo. Sabino
esteve entre as autoridades que prestigiaram a posse do ex-ministro da Justiça
no Supremo.
Ao determinar a punição, o tribunal eleitoral paraense entendeu, por quatro votos a trĂȘs, que Sabino perdeu o prazo para apresentar provas que corrigissem irregularidades em sua prestação de contas eleitorais.
As falhas foram apontadas pela ĂĄrea técnica da Justiça Eleitoral em doze
notas fiscais da campanha, que somam R$ 1,39 milhão. O caixa eleitoral de
Sabino recebeu do seu partido, o União Brasil, R$ 2,5 milhões do fundo para
financiamento de campanhas.
Entre os argumentos que FlĂĄvio Dino vai avaliar, os advogados do
ministro dizem que o TRE baseou sua decisão em uma súmula publicada em agosto
de 2022, pouco antes do início da campanha eleitoral. Por essa razão, teria
havido desrespeito ao entendimento do STF segundo o qual não tĂȘm aplicação
imediata mudanças nas regras feitas durante o período eleitoral, mas somente em
eleições posteriores.
A PGR, no entanto, discorda da tese. Em manifestação ao Supremo em
janeiro, o vice-procurador-geral Eleitoral, Alexandre Espinosa Bravo Barbosa,
defendeu a rejeição da ação.
Fonte: Metropoles