A reportagem da nova edição de Crusoé, assinada por Duda Teixeira, destaca a
movimentação de Lula contra o mundo livre.
A apoteose se deu no discurso de Lula na Etiópia, em que o petista
comparou a guerra de Israel contra os terroristas do Hamas ao Holocausto de
judeus na Segunda Guerra Mundial.
A declaração foi elogiada pelo Hamas e por ditadores como o venezuelano
NicolĂĄs Maduro e o cubano Miguel Díaz-Canel.
"Para qualquer um que acompanhou a trajetória de Lula, de Celso Amorim
ou do PT, a diplomacia sectĂĄria do atual governo não surpreende. Nos dois
primeiros mandatos de Lula como presidente, o governo brasileiro condenou o
assassinato do chefão do Hamas, Ahmed Yassin. O presidente ainda pediu que o
Hamas fosse incluído em negociações de paz com Israel. Afagos entre petistas,
ditadores bolivarianos e africanos, grupos armados, como as Farc, e criminosos,
como Cesare Battisti, sempre foram uma constante. Hoje, o alinhamento da
diplomacia brasileira se dĂĄ, em primeiro lugar, com o presidente russo Vladimir
Putin, o homem que ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Sob Lula, o Brasil nunca condenou a invasão russa da Ucrânia. Não apenas
isso, o país se declara contra as sanções do Ocidente a Putin e tem aumentado
exponencialmente a importação de diesel, financiando de maneira indireta a
mĂĄquina de guerra russa. A solidariedade é total. Na sexta, 16, o dissidente
russo Alexei Navalny morreu em uma prisão na Sibéria. Diversos chefes de
governos democrĂĄticos prontamente responsabilizaram o governo russo e começaram
a planejar uma nova rodada de sanções contra o regime e seus funcionĂĄrios.
Lula, ao ser perguntado sobre a morte de Navalny, afirmou: "Para que essa
pressa de acusar alguém? Sabe hĂĄ quantos anos estou esperando o mandante do
crime da Marielle (Franco)? Seis, e não estou com pressa de dizer quem foi, não
quero especulação". Na quarta, 21, o ministro de Relações Exteriores do Brasil,
Mauro Vieira, apertou a mão do chanceler russo Sergey Lavrov no Rio de Janeiro.
Na contramão dos americanos e europeus, os dois conversaram sobre "ampliar e
diversificar o comércio bilateral, que atingiu recorde em 2023"".
Fonte: O Antagonista