Ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) e coronel do Exército, Marcelo Câmara
compareceu à sede da Polícia Federal (PF) nessa quinta-feira (22), mas preferiu
ficar em silêncio porque não encontrou seu defensor, Eduardo Kuntz. O advogado
disse que também estava no prédio, porém acompanhava outro cliente.
Fontes ligadas à investigação relataram à CNN que o advogado não
compareceu no horário agendado e que a PF não tem a intenção de intimar o
ex-assessor de Bolsonaro para novo depoimento.
Kuntz, por sua vez, relatou que representa dois investigados. E que
quando Câmara era ouvido pelos policiais, ele acompanhava o depoimento do outro
cliente, o ex-assessor da presidência, Tércio Arnaud. Ambos foram alvos da
operação que investiga o suposto plano para tentar um golpe de Estado e de
abolição do Estado Democrático de Direito.
"Sem o advogado presente, eles [PF] disseram que o Marcelo Câmara quis
ficar em silêncio. É inadmissível o que fizeram. Eu sou um só e estava com o
Tércio [Arnaud]", comentou Kuntz ao deixar a sede da PF na noite desta
quinta-feira (22).
A defesa de Câmara afirmou que vai tentar recurso para que uma nova data
seja marcada para o depoimento.
Ao todo, foram pelo menos 23 interrogatórios simultâneos, incluindo o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Só na sede da PF em Brasília, foram 12
interrogados.
Câmara foi preso há quinze dias, por determinação do Ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As investigações apontam que o
coronel atuava no monitoramento da agenda de Moraes e de outras autoridades
para concluir a prisão deles em caso da conclusão do golpe. Sem prestar
depoimento, o coronel deixou a PF e voltou a carceragem onde está preso.
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