O secretário de Estado americano, Antony Blinken, se manifestou nesta quinta-feira (22) sobre a conversa que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na véspera. Blinken reconheceu as agendas em comum com o Brasil, mas discordou das falas de Lula sobre a comparação da morte de palestinos em ataques israelenses ao Holocausto.
"Temos diferenças em certos aspectos e nesse tema em particular [a comparação de Lula], eu discordo profundamente. Amigos fazem isso, podemos discordar e continuar o trabalho vital que fazemos juntos. Compartilhamos objetivos comuns, de libertar os reféns, implantar um cessar-fogo e encerrar esse conflito. Essa foi a natureza da nossa conversa", disse Blinken.
Apesar da discordância, Blinken exaltou o nível de diálogo com Lula e o papel do Brasil como um aliado global. Ele reafirmou que o país tem um papel importante na solução do conflito entre Israel e Hamas.
"O Brasil é um parceiro importante para os Estados Unidos e para o mundo. Agradeço ao presidente Lula pela oportunidade de conversarmos e pela sua liderança em questões como a mudança climática e a segurança alimentar", disse Blinken.
Na coletiva, Blinken também anunciou novas sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia. Ele afirmou que a perseguição a Alexei Navalny, opositor de Vladimir Putin que morreu em uma prisão no Ártico recentemente, demonstra a fraqueza do regime do Kremlin.
Lula e Blinken se reuniram por cerca de 2 horas no Palácio do Planalto na quarta-feira (21). O encontro aconteceu em meio à controvérsia gerada pelas declarações de Lula durante uma viagem oficial à Etiópia, onde comparou os ataques israelenses a Gaza ao Holocausto, o que causou indignação por parte do governo de Israel.
Fonte: Gazeta Brasil