Uma semana após a histórica fuga do Presídio Federal de Mossoró (RN), Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento continuam foragidos, mobilizando um intenso esforço de busca pelas forças de segurança. No entanto, a Defensoria Pública da União (DPU) emitiu um ofício ao juiz corregedor, enfatizando a necessidade de garantir a integridade física dos fugitivos após a captura. A defensora pública federal de Mossoró, Rogena Ximenes, ressalta a importância de assegurar os direitos fundamentais dos foragidos, independentemente das acusações criminais.
A preocupação se estende ao esclarecimento das circunstâncias da fuga, conforme destaca Luis Flavio Sapori, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. "O risco de terminar em ferimentos ou mortes é se eles estiverem armados e reagirem com violência. Mas não é interesse do governo a morte deles, até porque é preciso saber em detalhes como se deu a fuga. O depoimento deles será importante para fechar a investigação", afirmou Sapori.
As pistas atuais indicam que a dupla percorreu pelo menos 38 quilômetros e invadiu duas residências. A busca, inicialmente com 300 policiais, já dobrou esse número. As condições do terreno, uma área extensa coberta por matas e cavernas, complicam ainda mais a operação. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, expressou as dificuldades enfrentadas: "O terreno é um terreno complexo do ponto de vista das buscas, porque ele é basicamente coberto por matas. É uma zona rural extensa, além das rodovias. As vias federais estão sendo muito bem monitoradas pela Polícia Rodoviária Federal".
Após a descoberta de itens pessoais no Parque Nacional da Furna Feia, surgiram relatos de que Mendonça e Nascimento, conhecidos como Martelo e Tatu, poderiam estar escondidos nas grutas da região. A operação de busca, que não tem prazo definido para terminar, foi intensificada com a chegada de reforços da Força Nacional. "Não é processo simples, porque é uma área grande, de mata, com muitas grutas, possibilidades de fuga e esconderijo. E os fugitivos são experientes, estão monitorando o noticiário", explica Sapori, destacando a complexidade da situação.
Fonte: Hora Brasilia