O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado federal André Janones (Avante-MG), no âmbito das investigações por supostas "rachadinhas" em seu gabinete. A medida, apoiada pelo vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, busca aprofundar as investigações sobre o possível desvio de fundos públicos, conforme solicitação da Polícia Federal em 30 de janeiro.
A Polícia Federal aponta indícios de um esquema de desvio no gabinete de Janones, levando o vice-PGR a classificar a quebra dos sigilos como essencial diante dos "fortes indícios de possível autoria de práticas ilícitas". Em dezembro, Fux já havia autorizado um inquérito contra o deputado, embasado em áudios divulgados pelo site Metrópoles, onde Janones é ouvido solicitando doações salariais dos funcionários para cobrir despesas de campanha.
Ex-assessores do deputado relataram ao jornal O GLOBO a cobrança de parte dos salários por Janones, incluindo o 13º, chegando a 60% dos vencimentos. Janones, negando as acusações, argumentou em suas redes sociais que as solicitações de doação precederam sua eleição em 2018, questionando a necessidade da quebra de sigilos pela PF, já que havia se disponibilizado desde o início das investigações. Ele também questiona a suspeita sobre um depósito realizado após a exoneração dos assessores investigados, ponderando como seriam possíveis devoluções salariais três anos após suas saídas.
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