A Polícia Federal brasileira farĂĄ a segurança de Sofía Petro Alcocer, filha do
presidente da Colômbia, Gustavo Petro, durante sua estada de cinco meses no
Brasil para a realização de um intercâmbio estudantil.
Sofia estudarĂĄ entre 26 de fevereiro e 2 de julho na Faculdade de
Filosofia, Letras e CiĂȘncias Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo
(USP), e a Embaixada da Colômbia requisitou segurança desde sua chegada ao
país, o que aconteceu em 3 de fevereiro.
A estudante veio acompanhada da mãe, a primeira-dama Verónica Alcocer
Garcia, que permaneceu no país até 8 de fevereiro, período em que também
recebeu segurança do Estado brasileiro.
O pedido de segurança foi feito pela embaixada colombiana ao Ministério
de Relações Exteriores brasileiro, que demandou o serviço à Polícia Federal em
1Âș de fevereiro.
Presidente
colombiano, Gustavo Petro, durante discurso em evento no dia 9 de maio de 2023
— Foto: Luisa Gonzalez/REUTERS
Agentes de diferentes partes do país serão selecionados para a escala de
cinco meses de segurança. Como a demanda foi feita pouco antes da chegada das
colombianas ao Brasil, a PF destacou agentes da capital paulista para os
primeiros dias de operação, e prepara um recrutamento para dar conta do
restante do período.
O Itamaraty reconheceu, em ofício obtido pela TV Globo, que se trata de
estada "em carĂĄter privado". "Em que pese se tratar de estada no Brasil de
carĂĄter privado, não se podem descartar riscos e ameaças potenciais às
visitantes", apontou o órgão no documento.
"É de amplo conhecimento o quadro de violĂȘncia persistente naquele país
[Colômbia], contra o qual o presidente Petro tem buscado implementar nova
estratégia de combate à violĂȘncia cujos resultados vão de encontro aos
interesses de atores vinculados a organizações criminosas e grupos armados,
inclusive paramilitares, o que poderia ensejar riscos inerentes a um processo
dessa natureza", diz o texto.
Sofía Petro
Alcocer, filha do presidente da Colômbia, Gustavo Petro — Foto:
Reprodução/Instagram
O professor Gustavo Menon, da pós-graduação em Interunidades em América
Latina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de Relações
Internacionais da Universidade Católica de Brasília, afirma que o pedido deve
atender uma série de princípios para ser aceito.
"HĂĄ uma série de diretrizes e princípios que precisam ser observados,
como o da razoabilidade", diz. Ele ainda apontou que, como o custo da operação
não foi divulgado, não é possível fazer uma anĂĄlise plena sobre eventuais
excessos relacionados à operação.
A PF disse que não se manifesta sobre proteção a indivíduos por questão
de segurança e não confirmou o montante a ser gasto na proteção da filha do
presidente colombiano.
"Cabe destacar a importância de uma normatização para regulamentar os
recursos e esforços que podem ser dispensados nesse caso", diz o professor. "O
Estado brasileiro, obviamente, deverĂĄ assegurar a segurança de todos,
obviamente seguindo critérios de razoabilidade e impessoalidade."
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br