Ter a aprovação de um tratamento eficaz para o câncer mais prevalente e mortal do país, conforme estatísticas do Ministério da Saúde da Nação, é sempre uma notícia positiva.
Recentemente, a Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT) deu luz verde para o amivantamab, um novo medicamento destinado a pacientes adultos com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio localmente avançado ou metastático.
Pessoas que apresentam a mutação genética nas inserções do exón 20 do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) e cuja doença tenha progredido durante ou após a quimioterapia agora têm acesso a um novo medicamento aprovado pela ANMAT, disponível no país.
Desenvolvido pelo departamento Innovative Medicine do laboratório Johnson & Johnson, o amivantamab é o primeiro anticorpo monoclonal biespecífico, capaz de se ligar a dois antígenos simultaneamente, proporcionando uma eficácia clínica sólida, inibição do crescimento de células cancerosas e respostas duradouras no câncer de pulmão de células não pequenas.
O Dr. Diego Kaen, Presidente da Associação Argentina de Oncologia Clínica (AAOC) e Chefe do Hospital Regional Enrique Vera Barros de La Rioja, explicou: "Este medicamento vai contra um driver terapêutico específico, oferecendo uma alternativa terapêutica para pacientes que possuem essa alteração no seu ADN tumoral."
O Dr. Manglio Rizzo, Chefe de Serviço de Oncologia Clínica do Hospital Universitário Austral, acrescentou que a chegada dessa medicação é verdadeiramente inovadora, representando um avanço significativo no tratamento do câncer, especialmente para pacientes com câncer de pulmão com determinada alteração no EGFR, que antes não tinham uma opção específica de tratamento.
Em estudos clínicos, o amivantamab demonstrou segurança e eficácia, com uma taxa de resposta global de 37% e uma mediana de sobrevida global de 23 meses, algo inédito para esse tipo de tumor. Além disso, o benefício clínico alcançou 74%.
O uso do amivantamab também foi aprovado pelas autoridades regulatórias dos Estados Unidos (FDA) e da Europa (EMA), entre outros países.
O diagnóstico molecular torna-se crucial para pacientes com câncer de pulmão, e o teste de nova geração (NGS) é recomendado para identificar alterações genéticas específicas. No entanto, há desafios em termos de acesso a esses testes.
O câncer de pulmão, causado principalmente pelo tabagismo, é o mais prevalente e um dos mais agressivos. Estimativas da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer indicam 12.110 novos casos por ano na Argentina, com projeções de aumento de 20% até 2030.
Apesar de frequentemente assintomático em estágios iniciais, alguns sinais indicam a necessidade de consulta médica, como tosse persistente, tosse com sangue, dor no peito e dificuldades respiratórias.
Com avanços nos tratamentos, a sobrevida dos pacientes com câncer de pulmão aumentou significativamente nos últimos anos. Ainda que desafios persistam, especialistas são otimistas sobre um futuro promissor na luta contra essa doença.
Gazeta Brasil