O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes mandou soltar
o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O dirigente passou por audiência de
custódia na Superintendência Regional da Polícia Federal, no Distrito Federal,
nesta sexta-feira (9).
O político, condenado no mensalão, foi preso na quinta-feira (8), depois
de policiais federais encontrarem uma arma de fogo com posse supostamente
irregular em sua casa durante buscas da operação da PF. Os federais encontraram
também uma pepita de ouro que, segundo a primeira perícia da PF, tem origem em
garimpo.
Segundo Moraes, "algumas circunstâncias específicas devem ser
analisadas, uma vez que o investigado é idoso, tendo 74 (setenta e quatro)
anos, e não teria cometido os crimes com violência ou grave ameaça, tendo sido
os objetos encontrados dentro de sua residência, no momento do cumprimento de
mandado de busca e apreensão".
A defesa de Costa Neto afirmou que a posse de pedra "não configura
delito, segundo a própria jurisprudência". Além disso, em nota, também apontou
que a arma é registrada, tem uso permitido, pertence a um parente próximo e foi
esquecida há vários anos no apartamento dele.
Valdemar entrou na mira da Polícia Federal porque, segundo os
investigadores, usou dinheiro do Partido Liberal para reforçar a falsa
narrativa de fraude nas urnas e, com isso, tentar legitimar as manifestações de
apoiadores de Bolsonaro que começavam a se espalhar próximo a instalações das
Forças Armadas, após o segundo turno das eleições de 2022. Segundo a PF, o
partido foi "instrumentalizado".
O ponto alto da estratégia foi a ação movida pelo partido no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) para tentar anular os votos de 279,3 mil urnas
eletrônicas alegando que houve "mau funcionamento" do sistema. O partido foi
multado por "má-fé".
Após o segundo turno, o PL pediu uma "verificação extraordinária" das
urnas usadas na eleição. O partido afirmou, sem provas, que houve "quebra de
confiabilidade dos dados extraídos" de parte dos aparelhos. A versão era a de
que Bolsonaro teve 51,05% dos votos no segundo turno e venceu a disputa contra
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O suposto problema, segundo a
ação, estaria nos modelos de urna lançados antes de 2020, que têm um número de
série único.
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