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Estadão

Em editorial, Estadão aponta notória ignorância ética de Dino



O jornal O Estado de São Paulo lançou duras críticas à indicação de Flávio Dino como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em um editorial publicado nesta sexta-feira (9). O veículo aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não escolheu seu "companheiro" por seu conhecimento jurídico, relativamente desconhecido, mas sim por sua experiência política notória.

De acordo com o editorial intitulado "Notória Ignorância Ética", o presidente Lula demonstrou seu desejo de fortalecer o papel do STF como um apoio ao Executivo e como um "terceiro turno" do Legislativo, revelando seu antigo sonho de nomear alguém com uma "mentalidade política". O texto critica a decisão de Dino de permanecer ativo na política mesmo após assumir o cargo no STF, ao invés de se concentrar em suas responsabilidades judiciais.

O editorial destaca que, após ser aprovado pelo Senado, Dino deveria ter se dedicado exclusivamente ao seu novo cargo, em vez disso, ele continuou a exercer influência política, como evidenciado por sua visita ao Senado para propor projetos, algo que poderia ter sido feito por sua suplente.

Além disso, o texto faz uma análise da atuação de Flávio Dino como Ministro da Justiça ao longo de 2023, citando a "Operação de Garantia da Lei e da Ordem" e o "Programa de Enfrentamento às Organizações Criminosas", classificando tais ações como "ineficazes" e apenas projetos de populismo que não abordam as causas fundamentais dos problemas.

O editorial continua sua crítica, observando que Dino parece buscar destaque nos três poderes, demonstrando tanto seu conhecimento político quanto sua falta de ética. Em um momento de crescente tensão institucional e descontentamento da sociedade com a politização do STF e com o protagonismo individual de seus membros, o editorial argumenta que o ideal seria um novo ministro discreto, técnico e estritamente avesso à partidarização e ao exibicionismo nas redes sociais.

A indicação de Flávio Dino para o STF gerou um intenso debate sobre a politização da mais alta corte do país e sobre o papel dos ministros em relação aos outros poderes. Enquanto alguns defendem sua nomeação como uma forma de diversificar o perfil dos ministros do STF, outros criticam sua falta de experiência jurídica e seu histórico político conturbado.

A posse de Flávio Dino está marcada para o dia 22 de fevereiro, e sua chegada ao STF certamente continuará sendo objeto de discussão e análise por parte da imprensa e da sociedade brasileira.

agoranoticiasbrasil.com.br

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