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EUA

EUA denunciam que o regime de Ortega silencia a oposição e oferece asilo a políticos corruptos


O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, pronunciou-se nesta sexta-feira, ao completar um ano da expulsão em massa de 222 presos políticos, lamentando que, durante todo esse tempo, o binômio Daniel Ortega-Rosario Murillo apenas intensificou seus esforços para "silenciar as vozes do povo nicaraguense".

O casal ditador "continua detendo injustamente ou forçando ao exílio aqueles que desejam exercer seus Direitos Humanos e liberdades fundamentais na Nicarágua", afirmou Miller, reiterando seu pedido pelo respeito aos direitos civis e políticos de todos os cidadãos.

Suas palavras se somaram às múltiplas sanções que Washington impôs recentemente a funcionários de Manágua, muitos deles ligados à expulsão dos opositores em 9 de fevereiro passado ou à perseguição às vozes dissidentes no país.

Por outro lado, o subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental da Casa Branca, Brian Nichols, referiu-se à recente decisão de Ortega de conceder asilo político ao ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, o que, segundo ele, viola o Estado de Direito e priva a Justiça de uma ação correta.

"Os funcionários governamentais que traem a confiança pública devem ser responsabilizados. A concessão de asilo por parte de Ortega-Murillo ao ex-presidente panamenho na Nicarágua é mais uma medida para minar o Estado de Direito e subverter a Justiça", denunciou.

Na quarta-feira, o ex-presidente durante o período de 2009 a 2014 e candidato à reeleição no Panamá solicitou asilo na Embaixada da República da Nicarágua no país após ser condenado a mais de 10 anos de prisão e a pagar uma multa de mais de 19 milhões de dólares por lavagem de dinheiro.

Segundo Martinelli, o pedido foi feito "por se considerar perseguido por motivos políticos e estar em risco iminente sua vida, integridade física e segurança", enquanto uma fonte próxima a ele acrescentou que no país não há "garantias constitucionais" nem "há lei". Além disso, o ex-presidente havia dito anteriormente que as "forças do mal" buscam incapacitá-lo para as eleições gerais de 5 de maio próximo, nas quais aspirava a um novo mandato à frente do país.

Após receber o pedido, o Ministério das Relações Exteriores da Nicarágua emitiu um comunicado no qual assegurou que "de acordo com a Convenção sobre Asilo de 1928 e a Convenção sobre Asilo Político de 1933, ratificadas por nosso país, e reconhecendo que o asilo é uma instituição de caráter humanitário e que todas as pessoas podem estar sob sua proteção, sem distinção de nacionalidade", seu país decidiu "conceder asilo ao senhor Ricardo Alberto Martinelli Berrocal". Além disso, solicitou ao governo do Panamá que providencie as garantias para a "pronta saída e o traslado humanitário do asilado" para seu território.

Dessa forma, Martinelli se juntou a Mauricio Funes e Salvador Sánchez Cerén, dois ex-presidentes salvadorenhos que também pediram asilo na Nicarágua após serem processados por crimes de corrupção em seu país.

Gazeta Brasil

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