O ex-presidente Jair Bolsonaro lamentou, nesta quinta-feira (8/2), a operação
da Polícia Federal que teve ele próprio como alvo, além de aliados e auxiliares
dele.
"Acabou minha folga. Vejo colega sendo preso, é muito ruim", afirmou o
ex-presidente em conversa com a coluna por telefone, direto de sua casa de
vereaneio em Angra dos Reis (RJ), onde passa férias.
Bolsonaro disse "não entender" a acusação de tentativa de "golpe de
Estado" contra ele e militares e civis que atuaram durante seu governo, uma vez
que teria feito uma transição "sem problemas".
"Não entendo (acusação de) tentativa de golpe. Fizemos uma transição sem
problemas. A pedido do Lula, nomeei os trĂȘs comandantes de Força escolhidos por
ele em dezembro. Como vou nomear comandante de Força dele e dar um golpe
depois?", afirmou.
Passaporte apreendido
O ex-presidente, como noticiou a coluna, foi um dos alvos da Operação
Tempus Veritatis, que investiga organização criminosa que atuou na suposta
tentativa de "golpe de Estado" para mantĂȘ-lo no poder, após a derrota na
eleição de 2022.
Segundo Bolsonaro, policiais foram até a sua casa em Angra dos Reis para
apreender seu passaporte. Como o documento estĂĄ em Brasília, a PF deu 24 horas
para ele entregar o objeto.
O mandado expedido pelo STF contra o ex-presidente também o proibiu de
ter contato com outros investigados pela operação, mesmo que por meio de
advogados.
Ainda na casa em Angra, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão
contra Tércio Arnaud, assessor do ex-presidente que o acompanha na cidade. Os
policiais apreenderam o celular de Tércio.
Outros alvos
Ao todo, a Polícia Federal cumpre nesta quinta 33 mandados de busca e
apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares
diversas da prisão.
Entre os alvos de prisão, estão Filipe Martins, ex-assessor para
Assuntos Internacionais da PresidĂȘncia, e o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante
de ordens e atual segurança de Bolsonaro.
JĂĄ os mandados de busca e apreensão miram nomes como os
ex-ministros-generais Augusto Heleno, Braga Neto e Paulo Sérgio Nogueira, além
de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL.
Fonte: Igor Gadelha - Metropoles