O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao discursar em Belford Roxo (RJ). O chefe do Executivo esteve no município, nesta terça-feira (6/2), para inaugurar uma escola municipal e fazer anúncios de um instituto federal de educação e um hospital oncológico na região.
Lula não citou nomes, mas deixou claro que se referia ao ex-presidente. "Me parece que o maluco que governou esse país era um aloprado, não entendia nada além de falar bobagem, pregar o ódio e ofender os outros", afirmou.
O petista atribuiu a Bolsonaro a morte de "700 mil pessoas no país, dizendo que a Covid era uma gripezinha, ignorante. Um cara ignorante como ele jamais deveria ter ido à Presidência, deveria ter ido a outro lugar e de lá nunca mais sair".
Embates
No sábado (3/2), Bolsonaro concedeu entrevista a um canal português do YouTube e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de interferir na eleição de Lula em 2022.
"A Justiça brasileira, o Supremo Tribunal Federal, tirou o Lula da cadeia e depois o tornou elegível. E, depois, o STF, que três dos seus ministros compõem o Tribunal Superior Eleitoral, também trabalharam para eleger Lula a qualquer preço. Acabaram as eleições, e ninguém entende como Lula da Silva ganhou as eleições", falou o ex-presidente.
Segundo Bolsonaro, a eleição do petista causou muita comemoração da "maioria dos ministros do Supremo". "Diziam que evitaram, com a eleição do Lula, que o Brasil se tornasse uma ditadura com Jair Bolsonaro", alegou.
Na semana anterior, o ex-presidente acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de "perseguição implacável" contra a família Bolsonaro. A afirmação foi rebatida por Lula.
"Ele falou uma grande asneira, o governo brasileiro não manda na Polícia Federal, muito menos na Justiça. Tem o processo, a investigação, a decisão de um ministro da Suprema Corte que mandou fazer busca e apreensão, por suspeita de utilização de má-fé pela Abin, dos quais o delegado responsável era ligado à família Bolsonaro", disse o presidente.
No dia 29 de janeiro, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de buscas, autorizados por Moraes, em endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), por suspeitas da participação do filho do ex-presidente na "Abin paralela".
A polícia apura se a família Bolsonaro usou informações da Abin para se beneficiar. Há suspeita de produção de provas a favor de Jair Renan Bolsonaro e relatórios preparados para defender o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
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