Em discurso de abertura da retomada dos trabalhos do Congresso Nacional, o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), negou haver qualquer disputa
política com o governo, e disse que dúvidas sobre a relação com o Executivo são
uma "especulação". Apesar do aceno, Lira também utilizou o plenário para
defender decisões de deputados, e se posicionou contra movimentos recentes do
presidente Lula (PT).
Lira defendeu a aprovação na Câmara de medida para aumentar o tempo de
desoneração de setores da economia, assim como o Programa Emergencial de
Retomada do Setor de Eventos (Perse). Os dois temas foram alvos de mudança em
medida provisória (MP) apresentada pelo governo, e estão em negociação com o
parlamento. "Não podem retroceder sem uma ampla discussão com este parlamento",
afirmou.
No discurso desta segunda-feira (5), Lira também saiu em defesa da
manutenção do Orçamento. "Quanto mais intervenções o Congresso fizer no
orçamento, mais o Brasil esquecido será ouvido. Somos o elo", emendou.
Recentemente, Lula sancionou a peça orçamentária com veto a R$ 5,6 bilhões em
emendas, o que diminuiu recursos à disposição de parlamentares.
Antes das posições críticas aos interesses do Planalto, Lira estabeleceu
compromisso com avanço de propostas em 2024, e afirmou que as eleições
municipais e próxima troca de mesa da Câmara, prevista para o ano que vem, não
vão impactar o trabalho do Legislativo.
"Errará qualquer um que aposte em uma suposta inércia da Câmara dos
Deputados no ano de 2024", disse. "Errará ainda mais quem apostar na omissão
desta casa que tanto serve e serviu ao brasil em razão de uma suposta disputa
política entre Câmara dos Deputados e Poder Executivo" completou.
Lira ainda disse que o trabalho de parlamentares não deve ser
menosprezado: "Não subestimem essa mesa diretora, não subestimem os membros do
parlamento desta legislatura".
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