Na noite de segunda-feira (29), o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, disse que o déficit de R$ 230 bilhões do Governo Lula
em 2023 é, em parte, resultado de despesas não pagas pelo Governo Bolsonaro em
2022
De acordo com o petista, isso
incluindo os precatórios e as indenizações a estados e municípios pela redução
do ICMS.
O Governo Lula encerrou 2023
com um déficit primário de R$ 230 bilhões, sendo R$ 92,4 bilhões destinados ao
pagamento de precatórios não quitados em anos anteriores.
Desconsiderando
essa despesa com os precatórios, o resultado foi negativo em R$ 138,1 bilhões
(-1,3% do PIB).
O ministro petista chamou os
valores postergados pelo Governo Bolsonaro de "calote".
"Dos R$ 230 bilhões [de
déficit], praticamente a metade é pagamento de dívida do governo anterior que
poderia ser prorrogada para 2027 e nós achamos que não era justo quem quer que
fosse o presidente", disse Haddad.
Ele afirmou que cerca de metade
desse montante corresponde a pagamentos atrasados que foram feitos por decisão
de sua pasta, buscando retirar esse passivo das estatísticas.
Haddad disse que, apesar do
número negativo, houve compreensão do mercado financeiro sobre a natureza da
piora do resultado, devido ao pagamento de despesas atrasadas.
"O déficit real [descontando
pagamentos em atraso] se aproximou muito do número que eu havia anunciado no
dia 12 de janeiro de 2023, que era déficit de 1% do PIB. Valeu a pena fazer o
esforço e tomar essas decisões, que foram posteriores ao anúncio de 12 de
janeiro, mas que encontram respaldo em boas práticas tanto do ponto de vista
econômico quanto constitucional", afirmou Haddad.
"A imprensa formada e informada deveria levar em consideração esse
gesto de colocar em ordem as contas públicas no primeiro ano do governo. As manchetes,
acho que não correspondem ao esforço que o governo fez de passar a régua nesse
legado tenebroso das contas públicas. Eu penso que isso ficou para trás, é
muito importante, e eu penso que o mercado entendeu, reagiu bem àquilo que
estava programado", disse o ministro.
Fonte: Gazeta Brasil