O Papa Francisco disse em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (29) que
está confiante de que os críticos de sua decisão de permitir bênçãos para
casais do mesmo sexo acabarão por entender isso, exceto para os africanos, que
são "um caso especial".
As bênçãos foram permitidas no mês passado num documento chamado Fiducia
Supplicans (Suplicando Confiança), que causou um amplo debate na Igreja Católica,
com uma resistência particularmente forte vinda dos bispos africanos.
"Aqueles que protestam veementemente pertencem a pequenos grupos
ideológicos", disse Francisco ao jornal italiano La Stampa, acrescentando: "Um
caso especial são os africanos: para eles, a homossexualidade é algo "ruim" do
ponto de vista cultural, eles não a toleram".
"Mas, em geral, confio que gradualmente todos serão tranquilizados pelo
espírito da declaração "Fiducia Supplicans" do Dicastério para a Doutrina da
Fé: visa incluir, não dividir", continuou o papa.
Já na semana passada, Francisco pareceu reconhecer o retrocesso que o
documento desencadeou, especialmente em África, onde os bispos o rejeitaram
efetivamente e onde, em alguns países, a relação entre pessoas do mesmo sexo
pode levar à prisão ou mesmo à pena de morte.
Disse que quando as bênçãos são dadas, os sacerdotes devem "naturalmente
ter em conta o contexto, as sensibilidades, os lugares onde se vive e as formas
mais adequadas de o fazer".
Na entrevista ao La Stampa, Francisco confirmou que deverá receber no
Vaticano o presidente da sua terra natal, a Argentina, Javier Milei, no dia 11
de fevereiro, e que finalmente visitar o país é uma possibilidade.
Disse também que a sua agenda para 2024 inclui atualmente viagens à
Bélgica, Timor-Leste, Papua-Nova Guiné e Indonésia.
Falando sobre a sua saúde, que sofreu alguns golpes nos últimos anos com
hospitalizações, problemas de mobilidade e viagens ou eventos cancelados, o
pontífice de 87 anos disse: "há algumas dores, mas agora está melhor, estou
bem".
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br