O Governo do Distrito Federal (GDF) declarou situação de emergência no âmbito da saúde pública em meio a uma explosão de casos de dengue. O decreto foi publicado nesta quinta-feira (25) em edição extra do Diário Oficial do DF
O texto cita não apenas a expansão de casos da dengue, mas "risco
de epidemia por doenças transmitidas pelo [mosquito] Aedes aegypti", o que
inclui enfermidades como zika e Chikungunya, além da febre
amarela.
O decreto autoriza o governador do Distrito Federal, Ibaneis
Rocha, a tomar medidas administrativas para conter a doença, incluindo a
aquisição de insumos e materiais e a contratação de serviços necessários ao
atendimento da situação emergencial.
O
decreto vai perdurar enquanto a situação sanitária causada por arboviroses no
Distrito Federal não for estabilizada.
Os casos de dengue no DF – registrados nas três primeiras semanas
de 2024 – aumentaram 646% em relação ao mesmo período do ano passado. Neste
período, houve 17.150 ocorrências suspeitas da doença, das quais 16.628 são
classificados como casos prováveis pela própria Secretaria de Saúde. Em 2023,
foram 2.154 casos prováveis da doença.
Dados do boletim epidemiológico mostram que a região
administrativa da Ceilândia aparece com maior incidência de dengue (3.963
casos), seguida por Sol Nascente/Pôr do Sol (1.110), Brazlândia (1.045) e
Samambaia (997). Há ainda três óbitos provocados pela doença já confirmados em
2024.
Com relação ao perfil de casos prováveis por sexo e faixa etária,
observa-se maior incidência no sexo feminino – 527,7 ocorrências por 100 mil
habitantes.
Já o grupo etário com maior incidência de casos prováveis de
dengue está na faixa de 70 a 79 anos, com incidência de 605,1 ocorrências por
100 mil habitantes, seguido pelos grupos etários de 20 a 29 anos e 80 anos ou
mais, com 589,3 e 575,4 ocorrências por 100 mil habitantes, respectivamente.
O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (25), em Brasília,
que 521 municípios brasileiros foram selecionados para iniciar a vacinação
contra a dengue via Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro. As
cidades compõem 37 regiões de saúde que são consideradas endêmicas para a
doença.
As regiões selecionadas atendem a três critérios: são formadas por
municípios de grande porte com mais de 100 mil habitantes; registram alta
transmissão de dengue no período 2023-2024; e têm maior predominância do
sorotipo DENV-2. Conforme a lista, 16 estados e o Distrito Federal têm cidades
que preenchem os requisitos.
O Ministério da Saúde confirmou ainda que serão vacinadas crianças
e adolescentes de 10 a 14 anos, uma das faixas etárias que concentram maior
número de hospitalizações por dengue. Os números mostram que, de janeiro de
2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás
apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada.
Gazeta Brasil