O Catar afirmou nesta quarta-feira que ficou "chocado" com os supostos comentários do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre seu papel de mediação na guerra em Gaza, após ele dizer em uma gravação vazada que o país é "problemático".
"Se esses supostos comentários forem considerados verdadeiros, o primeiro-ministro israelense estaria apenas obstruindo e prejudicando o processo de mediação, por motivos que parecem servir a sua carreira política em vez de dar prioridade ao salvamento de vidas inocentes, incluindo reféns israelenses", escreveu.
Em uma gravação vazada de uma reunião com as famílias dos reféns, que foi veiculada na terça-feira pela emissora Channel 12, de Israel, Netanyahu chama o Catar de "problemático".
"Vocês não me viram agradecer o Catar, perceberam? Eu não agradeci o Catar. Por quê? Porque o Catar, para mim, não é diferente, em essência, da ONU, da Cruz Vermelha e de certa maneira é ainda mais problemático. No entanto, estou disposto a usar qualquer mediador neste momento que possa ajudar a trazê-los (os reféns) de volta para casa."
Solicitado a comentar a declaração do Catar e se a gravação vazada era autêntica, um porta-voz do governo israelense disse que Israel "não pode entrar em detalhes sobre os esforços e medidas tomadas para libertar os reféns".
Em resposta à declaração de Al Ansari, o ministro das Finanças de extrema direita de Israel, Bezalel Smotrich, acusou Doha de "apoiar e financiar o terrorismo".
Smotrich disse no X, anteriormente conhecido como Twitter, que o Qatar foi "em grande parte responsável" pelo ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro às comunidades do sul de Israel.
"Uma coisa é certa: o Qatar não estará envolvido no que acontecer em Gaza no dia seguinte à guerra", escreveu Smotrich.
O Qatar, onde estão baseados vários líderes políticos do Hamas, tem servido como principal mediador entre o movimento que governa Gaza e as autoridades israelenses no conflito.
Fonte: (Reportagem de Enas Alashray e Henriette Chacar)