A defesa do criminoso amarrado pelos pés e mãos com uma corda após furtar uma
loja protocolou na terça-feira (23) um pedido de indenização por danos morais
de R$ 1 milhão na Justiça paulista.
A ação pede a condenação do Estado de São Paulo pela prática de
"tortura" cometida por policiais militares no exercício da profissão.
"Como um verdadeiro animal, remetendo às imagens degradantes da época da
escravatura, o autor foi mantido com seus pés e suas mãos amarrados por mais de
três horas, conforme o depoimento da testemunha", aponta o advogado na ação
ajuizada.
De acordo com o avogado do furtador, agressões começaram após sua recusa
em sentar-se.
Imagens das câmeras corporais dos policiais militares e do sistema de segurança de um prédio, reunidas e divulgadas pelo site G1, revelaram que ele já estava algemado quando foi amarrado por cordas.
Um dos policiais aperta as amarrações, deixando mãos e pés bem juntos,
atrás do corpo do rapaz, na altura do quadril.
Com base nas imagens, o advogado do furtador reforçou que não houve
qualquer agressão por parte de Robson que pudesse desencadear tal conduta dos
agentes.
"Em razão da violação à sua integridade
física e moral, em decorrência de uma abordagem policial excessiva e violenta,
baseada em pura tortura ao custodiado, é que o autor propõe a presente", diz a ação da
defesa, que classifica a conduta dos policiais de tratamento "desumano" e
"degradante".
A defesa dele ainda cita a previsão na legislação sobre o direito do
furtador em receber um tratamento digno mesmo em situação de privação de sua
liberdade e o entendimento pela responsabilização do estado nos casos de abuso
de autoridade cometido por policiais militares no exercício da profissão.
Em junho do ano passado, o furtador foi amarrado pelos pés e mãos com
corda por PMs durante uma abordagem que resultou em prisão por furto.
Ele foi amarrado pelos PMs de forma que não conseguisse ficar em pé nem
sentado, após ser encontrado com duas caixas de chocolate que furtou.
Em outubro do ano passado, durante audiência na Justiça paulista, ele
assumiu o furto das duas caixas de chocolate, mas ainda não foi sentenciado.
Ele está atualmente em liberdade provisória e ainda não há data para a
próxima audiência.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br