Em um dia marcado pelo lançamento de uma nova política industrial pelo governo
brasileiro, o mercado financeiro reagiu com ceticismo e o Ibovespa, principal
índice da Bolsa de Valores do país, fechou em forte queda, abaixo dos 127 mil
pontos.
O indicador encerrou o primeiro pregão da semana, nesta segunda-feira
(22/11), com um tombo de 0,81%, aos 126.601,55 pontos.
Na sexta-feira (19/1), o Ibovespa fechou em alta de 0,24%, aos 127,6 mil
pontos. Com o resultado desta segunda, a Bolsa brasileira acumula queda de
4,89% em 2024.
Novo programa para a indústria
No âmbito doméstico, o destaque deste início de semana foi o lançamento
de uma nova política industrial brasileira, focada em impulsionar o
desenvolvimento do setor até 2033. A cerimônia de lançamento do programa
ocorreu no Palácio do Planalto e contou com a presença do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.
Segundo a pasta, o governo federal vai destinar R$ 300 bilhões para
financiamentos em crédito e subsídio relacionados ao plano até 2026.
A proposta tem como objetivo "melhorar diretamente o cotidiano das
pessoas, estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, ampliar a
competitividade da indústria brasileira, nortear o investimento, promover
melhores empregos e impulsionar a presença qualificada do país no mercado
internacional", de acordo com o Planalto.
EUA e Europa no radar
Nesta semana, o mercado financeiro aguarda a divulgação do resultado do
Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre de 2023, prevista para
quinta-feira (25/1).
Segundo o consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do
mercado, a economia americana deve registrar alta de 2% no período entre
outubro e dezembro de 2023. No trimestre anterior, o crescimento foi de 4,9%.
Também na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) divulgará sua
decisão de política monetária. Na última reunião, em dezembro, as taxas foram
mantidas inalteradas: a de refinanciamento (a principal) se manteve em 4,5%,
enquanto a taxa sobre depósitos seguiu em 4%. A taxa sobre empréstimos
marginais permaneceu em 4,75%.
Ainda no cenário internacional, o Banco do Povo da China (PBoC, o Banco
Central chinês) anunciou nesta segunda-feira, pelo quinto mês consecutivo, a
manutenção de algumas das mais importantes taxas de juros da economia.
Os juros de referência para empréstimos de 1 ano foram mantidos em
3,45%, enquanto a taxa para empréstimos de 5 anos ficou em 4,2%. A última
alteração na taxa de juros promovida pelo BC da China foi em agosto do ano
passado.
Dólar dispara
Em movimento contrário ao da Bolsa, o dólar operou em alta desde a manhã
desta segunda-feira.
A moeda americana terminou o dia subindo 1,24%, negociada a R$ 4,988. Na
máxima da sessão, o dólar chegou aos R$ 4,992. A cotação mínima foi de R$
4,926.
Na última sessão da semana passada, o dólar recuou 0,08%, cotado a R$
4,927, próximo da estabilidade.
Com o resultado desta segunda, o dólar acumula ganhos de 2,79% no
primeiro mês do ano.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br