Na consulta sexológica, é comum a pergunta sobre como os contraceptivos hormonais afetam o desejo, excitação e orgasmo. No entanto, muitos efeitos colaterais do uso prolongado desses medicamentos passam despercebidos ou são erroneamente atribuídos a fatores externos, como estilo de vida e estresse.
Há evidências de que a ansiedade subjacente, especialmente o medo de engravidar, está associada aos possíveis efeitos indesejáveis dos contraceptivos hormonais. Mulheres mais seguras e confiantes em sua eficácia tendem a experimentar menos ou nenhum efeito indesejável. Os contraceptivos hormonais interferem no eixo que controla os hormônios sexuais, reduzindo a testosterona na corrente sanguínea, afetando o desejo sexual. Apesar de reclamações comuns de baixa libido, em algumas mulheres, pode haver aumento do desejo sexual, especialmente em casos de baixa ansiedade.
Um artigo recente no Journal of Sexual Medicine destacou que contraceptivos hormonais, usados para controle de natalidade ou problemas menstruais, podem afetar a excitação sexual, causando lubrificação insuficiente, secura vaginal e dor durante o coito. No entanto, esses efeitos não são universais, e a avaliação médica é crucial, especialmente se contraceptivos hormonais orais antiandrogênicos forem prescritos.
A ansiedade desempenha um papel significativo nos efeitos colaterais. A antecipação temerosa causada pela ansiedade pode levar a uma relação sexual centrada no desempenho, em vez do prazer, tanto para mulheres quanto para homens. Estudos indicam que mulheres autoconfiantes e menos ansiosas toleram melhor os contraceptivos em relação ao desejo e excitação sexual.
Além disso, a decisão compartilhada de optar pela vasectomia, especialmente quando o casal já tem filhos ou decide não tê-los, pode proporcionar alívio e eficácia no controle de natalidade.
Gazeta Brasil