São Paulo — A Prefeitura da capital prepara um decreto para desapropriar áreas
verdes que pertencem a proprietários privados para transformá-las em espaços
verdes públicos, que passariam a ser preservados. Segundo o prefeito Ricardo
Nunes (MDB), cerca de 10% de todo o território de São Paulo será desapropriado.
O processo vem sendo tocado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio
Ambiente desde 2022. Ao todo, são 17 áreas, concentradas no extremo da zona sul
— embora haja terrenos nas zonas norte e leste — que serão transformadas em
parques ou unidades de conservação.
Os estudos iniciais, de 2022, davam conta de um custo total de cerca de
R$ 438 milhões para a aquisição de todos esses terrenos — o valor e demais
detalhes estão em processo de atualização, segundo o prefeito.
"A gente vai fazer agora, nos próximos dias, uma desapropriação, um
decreto de desapropriação, de 10% do território da cidade para áreas de
preservação", disse Nunes, nesta quarta-feira (17/1), durante um evento para
marcar a entrega de uma usina de energia solar na represa Billings, na zona
sul.
"São áreas privadas da cidade, que têm interesse ambiental porque têm
nascentes, mata nativa, e a Prefeitura de São Paulo vai desapropriar para ficar
ad aeternum [para sempre] como patrimônio da cidade, preservando as nossas
matas, preservando nossas nascentes", afirmou o prefeito.
Ao todo, 33% do município de São Paulo corresponde a áreas de vegetação
nativa, segundo a secretaria do Verde. Contudo, 2,5% dessa área ainda não está
sob nenhum tipo de proteção pública.
Algumas das 17 áreas já eram objeto de debates sobre a criação de
parques desde a gestão Gilberto Kassab (PSD), entre 2009 e 2012.
Veto a novo Zoneamento
No evento em que comentou sobre o decreto de desapropriação, o prefeito
também afirmou que vai vetar um trecho da nova Lei de Zoneamento, aprovado pela
Câmara Municipal no fim de dezembro, que permite a construção de moradias
populares em zonas de proteção ambiental.
Segundo o prefeito, o veto não deve provocar mudanças significativas na
discussão sobre problemas habitacionais e nem para questões de preservação
ambiental.
Nunes tem até sexta-feira (19/1) para sancionar a nova lei.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br