A análise, publicada na terça-feira (16) no JAMA Pediatrics, analisou 42 estudos que investigaram a associação entre o consumo de suco de frutas, o índice de massa corporal (IMC) e o ganho de peso.
Descobriu-se que o consumo de suco de frutas 100% estava relacionado a um maior IMC em crianças, assim como ao ganho de peso em adultos.
O estudo constatou que crianças menores de 11 anos tinham um IMC "maior" do que crianças mais velhas ao analisar a relação entre o consumo de suco de frutas e o IMC. O grupo mais jovem, que tinha 8 anos ou menos, teve os maiores ganhos de IMC, de acordo com o estudo.
"Uma porção de 240 ml de suco de frutas 100%, ou um copo típico, contribuiria com uma proporção maior de energia diária em crianças mais jovens do que em crianças mais velhas. Nossas descobertas estão alinhadas com as diretrizes da Academia Americana de Pediatria, que recomendam que crianças menores de 6 anos consumam menos de um copo de suco de frutas por dia", afirma a análise.
A análise definiu suco de frutas 100% como aquele sem adição de açúcares. O IMC é um indicador comum de saúde que mede a gordura corporal com base na altura e no peso.
Os pesquisadores recomendaram adiar a introdução de suco de frutas 100% em crianças pequenas, monitorar o tamanho das porções e incentivar as crianças a consumirem frutas inteiras. A pesquisa indicou que uma introdução precoce ao suco de frutas poderia levar a um aumento no risco de sobrepeso e obesidade.
"Embora os tamanhos dos efeitos sejam modestos, pequenos ganhos no IMC ao longo do tempo podem se acumular ao longo da vida; portanto, limitar o consumo de suco de frutas entre as crianças é uma estratégia importante para que desenvolvam trajetórias de peso saudáveis", conclui o estudo.
A análise também observou uma associação entre o consumo de suco de frutas 100% em adultos e ganho de peso, mas acrescentou que isso era "provavelmente mediado em parte pela energia".
"Nossas descobertas apoiam as orientações de saúde pública para limitar o consumo de suco de frutas 100% a fim de prevenir o excesso de peso e a obesidade", concluem os pesquisadores.
Gazeta Brasil