O volume de serviços no Brasil avançou 0,4% em novembro de 2023, na comparação
com outubro, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (16/1) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado interrompe uma sequência de três quedas mensais
consecutivas do setor.
Já na comparação anual, em relação a novembro de 2022, os serviços
recuaram 0,3%, a terceira taxa negativa consecutiva nessa base de comparação.
Com o resultado de novembro, o setor está 10,8% acima do nível
registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia de Covid-19, e 2,6% abaixo
de dezembro de 2022 (o ponto mais alto da série histórica).
No acumulado de 2023, a alta dos serviços é de 2,7% em relação ao
mesmo período de 2022. Nos últimos 12 meses até novembro, a variação é de 3% –
o pior resultado desde julho de 2021.
Em outubro, o volume de serviços no país caiu 0,6%, na
comparação mensal, e 0,4%, na base anual.
O setor de serviços registrou alta em três das cinco atividades
pesquisadas em novembro:
outros serviços (3,6%); profissionais, administrativos e complementares (1%); e
serviços prestados às famílias (2,2%).
Em direção contrária, os segmentos de transportes (-1%) e de
serviços de informação e comunicação (-0,1%) foram os responsáveis pelas únicas
quedas do mês.
De acordo com o levantamento do IBGE, houve alta no volume de
serviços em 12 das 27 unidades da Federação, na comparação com o mês anterior.
As altas mais importantes foram de São Paulo (1,1%), Paraná
(2,4%), Mato Grosso (3,1%) e Mato Grosso do Sul (4,8%).
Entre os resultados negativos do mês, destaque para Rio Grande do
Sul (-2%), Distrito Federal (-2,6%), Maranhão (-7,6%) e Amazonas (-4,8%).
Segundo o IBGE, o índice de atividades turísticas registrou
variação negativa de 2,4% em novembro, na comparação com outubro. Com isso, o
segmento se encontra 2,2% acima do patamar de fevereiro de 2020 (antes do
início da pandemia de Covid-19) e 5% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado
em fevereiro de 2014.
O IBGE mostra ainda que 10 dos 12 locais pesquisados acompanharam
esse movimento de queda. As influências negativas mais relevantes foram de São
Paulo (-1%), Bahia (-7%), Minas Gerais (-2,6%), Paraná (-5,3%) e Ceará (-9,4%).
As únicas foram de Santa Catarina (0,7%) e Espírito Santo (0,9%).
Maykon Douglas, economista da Highpar, destacou que "a fotografia
mensal destoou bastante dos três últimos meses, quando o setor reportou queda".
"No entanto, notamos que a alta em novembro traz consigo alguns efeitos
pontuais importantes, sobretudo relacionados a eventos artísticos naquele mês",
afirma.
"O segmento de outros serviços (3,6%) impôs o maior impacto
positivo, com destaque ao aumento das vendas por cartões de crédito e débito. Serviços
profissionais (1%) exerceram a segunda maior contribuição e os serviços às
famílias, importantes para o consumo familiar dentro do PIB, variaram 2,2% com
a alta em alojamento e alimentação e com o aumento no número de shows", explica
o economista.
"Vale enfatizar que os transportes (-1%) registraram queda pelo
quarto mês consecutivo, acumulando contração de 5,3%. A forte inflação nos
transportes aéreos, que temos comentado nas sondagens do IPCA e IPCA-15,
influenciou o resultado", prossegue Maykon.
"Mesmo com as altas na renda média no mercado
de trabalho, vale certa cautela para os próximos resultados dos serviços até
que o ciclo de cortes de juros comece a ter um impacto maior sobre o setor."
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br