O Corpo de Bombeiros de São Paulo
confirmou que retirou de dentro da aeronave, na manhã deste sábado (13), os
corpos das quatro vítimas do acidente com o helicóptero de prefixo PR-HDB, que
estava desaparecido desde o dia 31 de dezembro e foi encontrado ontem (12) em
uma área de mata em Paraibuna, no interior de São Paulo.
De acordo com o Major Cezar Augusto Silva, do Comando de Aviação
da Polícia Militar, os corpos serão levados por via terrestre para uma fazenda
próxima do local onde ocorreu a queda. Depois, devem ir até o Instituto Médico
Legal (IML) de alguma das cidades da região, o que ainda não foi definido.
Num primeiro momento, os Bombeiros planejavam retirar os corpos
usando uma aeronave, porém, por conta do mau tempo na região, optaram pela
retirada terrestre. A área onde o helicóptero foi encontrado é de muito difícil
acesso.
Na sexta-feira, o trabalho chegou a ser interrompido também em
razão do mau tempo. Quando a aeronave foi encontrada, agentes do Comando de
Aviação da Polícia Militar tiveram de fazer rapel para chegar até o local.
O helicóptero ia de São Paulo a Ilhabela quando desapareceu, no
dia 31 de dezembro. Investigações preliminares apontam que o piloto estava
tentando voltar para a capital paulista quando caiu na mata.
O piloto chegou a fazer um pouso de emergência em Paraibuna. Ele
decolou e, segundo a polícia, caiu poucos minutos depois. A distância entre a
área do pouso e o local onde os destroços foram encontrados é de
aproximadamente 10 quilômetros. Uma das passageiras mandou ao namorado uma foto
do ponto de pouso, mas não sabia precisar a localização.
Raphael tinha 41 anos e era proprietário da empresa Comexpharma
Assessoria, Comércio, Representação, Importação e Exportação de Medicamentos.
O empresário era amigo do piloto do helicóptero e convidou as
outras duas passageiras para o voo que iria para Ilhabela.
Luciana tinha 46 anos e era empresária e vendedora. Ela era amiga
de Raphael havia cerca de 20 anos e foi convidada por ele para voar rumo ao litoral
norte na véspera do Réveillon.
Ela tinha uma loja de roupas femininas chamada Mund Girls.
No dia 31 de dezembro, pouco depois da decolagem, ela postou um
vídeo no Instagram da loja mostrando o momento em que o helicóptero com as
quatro pessoas a bordo sobrevoava a capital paulista.
No vídeo, ela exibe um copo com a mensagem: "vem aí 365 oportunidades",
em alusão ao Ano-Novo.
Filha de Luciana, Letícia tinha 20 anos e era dona de um salão de
manicure na zona norte de São Paulo. Antes, ela teve uma loja de peças e
acessórios para celular.
Letícia era namorada do militar Henrique Thiofilo Stellato, que é
da Força Aérea Brasileira. Ele chegou a organizar uma vaquinha para arrecadar
fundos para contratar equipes particulares para ajudar nas buscas pelo
helicóptero.
Era o piloto da aeronave. Tinha 44 anos e teve a licença e as
habilitações cassadas em setembro de 2021 pela Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) por "condutas infracionais graves à segurança da aviação civil". A
Anac diz que ele chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida.
"Cassiano Tete Teodoro foi cassado em decorrência, entre outros
motivos, de evasão de fiscalização, fraudes em planos de voos e práticas
envolvendo transporte aéreo clandestino", acrescenta a Anac.
Ainda de acordo com a agência, "em outubro de 2023, após observar
prazo máximo legal para a penalidade administrativa de cassação, que é dois
anos, o piloto retornou ao sistema de aviação civil ao obter nova licença com
habilitação para Piloto Privado de Helicóptero (PPH)". "Essa licença não dá
autorização para realização de voos comerciais de passageiros", finaliza a
Anac.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br