Falando nesta terça-feira (9) à RĂĄdio Nacional e à AgĂȘncia Brasil, veĂculos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Gulnar Azevedo informou que a prioridade mĂĄxima estabelecida pela nova gestão é garantir autonomia financeira, administrativa e acadĂȘmica na universidade. "Nesse sentido, a gente estĂĄ trabalhando bastante para que possa ter garantia do nosso financiamento para poder tocar os inĂșmeros cursos que a universidade tem e os vĂĄrios campi espalhados pelo estado e dentro do próprio municĂpio do Rio de Janeiro. O potencial é enorme e a gente precisa ter garantia de sustentabilidade para nossas ações". A ideia é ampliar a Uerj, mas com estrutura suficiente para manter o que jĂĄ foi construĂdo até agora.
A nova reitora pretende cuidar com atenção da questão da acessibilidade e da maior inclusão, favorecendo também pessoas com dificuldade financeira para que tenham acesso à universidade. "Desburocratizar o ingresso na universidade, favorecendo que as pessoas tenham de fato acesso, e garantir a permanĂȘncia dos nossos estudantes e o melhor convĂvio dos nossos técnicos. São nossas prioridades". Outra meta é ampliar a polĂtica de assistĂȘncia estudantil e melhorar as condições de trabalho salariais, incluindo a promoção de saĂșde, inclusive de saĂșde mental.Para garantir a permanĂȘncia dos estudantes na Uerj, foi ampliado até dezembro o auxĂlio-alimentação. Além disso, jĂĄ foi assinado ato que reajustou, de acordo com o reajuste de salĂĄrio mĂnimo, o valor das bolsas para cotistas, que a Uerj dĂĄ para estudantes que tĂȘm dificuldade financeira para continuarem na universidade. "Nós reajustamos o valor da bolsa para R$ 706, para cada estudante que tem direito de receber tanto a bolsa de permanĂȘncia, como a bolsa de vulnerabilidade". A nova reitora disse que estĂĄ trabalhando também para garantir acesso à alimentação em todos os campi. No campus Maracanã, jĂĄ estĂĄ sendo feita reforma para aumentar a oferta de refeições por dia. Gulnar estĂĄ trabalhando também para que os outros campi da universidade (Friburgo, Resende, zona oeste do Rio, São Gonçalo, Caxias) tenham também acesso à alimentação.
Ainda dentro das prioridades para os estudantes, Gulnar citou como de grande importância a aprovação, pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), da Lei de AssistĂȘncia Estudantil estadual. "Existe a (lei) federal, mas não a estadual. Com isso, a gente não precisaria, todo mĂȘs, ficar tendo que negociar com o estado as bolsas. Porque, isso por lei, teria que acontecer."
Para além das bolsas, a reitoria estĂĄ procurando ações que ajudem a orientação pedagógica, o acolhimento dos estudantes, a assistĂȘncia psicossocial. "A pró-reitoria jĂĄ vem trabalhando para garantir aos nossos estudantes a boa condição de estar aqui, de vir para a aula e para todos os espaços da Uerj, mas também vendo esse estudante no seu sentido geral: no que ele estĂĄ com dificuldade hoje para se formar, como vai ser a inserção dele no mercado de trabalho."
Gulnar Azevedo serĂĄ a segunda mulher a exercer a reitoria da Uerj, em 73 anos de história da instituição. A primeira foi a também médica Nilcea Freire, entre 2000 e 2003. Na sua avaliação, as mulheres, cada vez mais, tĂȘm que estabelecer esse trabalho e ocupar esses cargos. "A gente quer garantir uma presença feminina que seja uma presença marcante. Faz toda a diferença". Uma de suas ações serĂĄ a criação da SuperintendĂȘncia de Igualdade Racial e de GĂȘnero.
A nova direção da universidade pretende identificar as necessidades existentes de formação, vinculadas ao desenvolvimento do estado e, também à possibilidade de inserção dos alunos formados no mercado de trabalho. "A gente percebe que hĂĄ uma grande dificuldade e quer contribuir com a possibilidade de as pessoas poderem não só vir para a universidade, ter acesso ao ensino superior, como se colocar, uma vez que tenham se formado, e ajudĂĄ-los nesse sentido."
Gulnar assegurou que a Uerj tem que se aproximar do mundo do trabalho, pensar que cursos hoje precisam ser estimulados, ampliados inclusive, ou criados novos cursos. "Nesse sentido, a gente estĂĄ trabalhando no nosso projeto acadĂȘmico e cientĂfico. Queremos também garantir boas condições aqui para os nossos técnicos e docentes. Melhorar a administração da Uerj e também do trabalho do dia a dia". Outra prioridade é dar para a população fluminense uma formação de qualidade, a partir da identificação das lacunas existentes atualmente.
As parcerias da Uerj com universidades do mundo inteiro serão ampliadas pela nova gestão. Nesse sentido, estĂĄ sendo implementada a ĂĄrea internacional na instituição que vai viabilizar convĂȘnios no nĂvel de graduação e de pós-graduação. "Estabelecer redes de pesquisa e intercâmbio. JĂĄ começamos a trabalhar nessa perspectiva". Para que isso ocorra, destacou a necessidade de garantir para os estudantes o acesso ao aprendizado de idiomas. "Porque não adianta só estabelecermos tudo isso, se não hĂĄ condições de ter nossos estudantes podendo falar a lĂngua dos paĂses para onde eles vão. Aprendendo outros idiomas, eles estarão aptos a fazer os intercâmbios."
Do lado da pesquisa, a reitora quer fortalecer as redes internacionais jĂĄ existentes na Uerj com a Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos e, inclusive, abrir outras. Ela pretende intensificar convĂȘnio como Japão e, também, fazer um trabalho mais próximo com a China. "Tudo isso estĂĄ sendo revisto, para ver o que pode ser incentivado, e fortalecer as ĂĄreas que permitem esse intercâmbio."
HĂĄ mais interesse, por parte da Uerj, em trabalhar com as universidades estrangeiras nas ĂĄreas tecnológica, de saĂșde, biomédica, geologia, quĂmica e, nas ĂĄreas humanas, em firmar convĂȘnios nas ĂĄreas de letras e de ciĂȘncias sociais. "Acho que a gente teria que pensar no que não temos agora e onde é importante viabilizar. Isso fazendo em parceria também com as propostas que hoje o governo federal nos aponta, via nossas agĂȘncias de fomento", concluiu Gulnar Azevedo.
Fonte: AgĂȘncia Brasil