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Nova reitora da Uerj quer garantir autonomia para a instituição

Por Eliashacker.com.br 10/01/2024 às 14:46:19

A professora Gulnar Azevedo, do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro (IMS), toma posse nessa quarta-feira (10), às 11h, como reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em solenidade a ser realizada no PalĂĄcio Guanabara, na presença do governador fluminense, ClĂĄudio Castro. O pró-reitor serĂĄ o professor Bruno DeusdarĂĄ, do Instituto de Letras (ILE). Os dois foram eleitos pela comunidade acadĂȘmica, em segundo turno, com 55,1% dos pontos, e conduzirão a universidade no perĂ­odo 2024/2027. A cerimônia de transmissão de cargo estĂĄ prevista para o dia 19, às 10h, no Teatro Odylo Costa, filho, no campus Maracanã.

Falando nesta terça-feira (9) à RĂĄdio Nacional e à AgĂȘncia Brasil, veĂ­culos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Gulnar Azevedo informou que a prioridade mĂĄxima estabelecida pela nova gestão é garantir autonomia financeira, administrativa e acadĂȘmica na universidade. "Nesse sentido, a gente estĂĄ trabalhando bastante para que possa ter garantia do nosso financiamento para poder tocar os inĂșmeros cursos que a universidade tem e os vĂĄrios campi espalhados pelo estado e dentro do próprio municĂ­pio do Rio de Janeiro. O potencial é enorme e a gente precisa ter garantia de sustentabilidade para nossas ações". A ideia é ampliar a Uerj, mas com estrutura suficiente para manter o que jĂĄ foi construĂ­do até agora.

A nova reitora pretende cuidar com atenção da questão da acessibilidade e da maior inclusão, favorecendo também pessoas com dificuldade financeira para que tenham acesso à universidade. "Desburocratizar o ingresso na universidade, favorecendo que as pessoas tenham de fato acesso, e garantir a permanĂȘncia dos nossos estudantes e o melhor convĂ­vio dos nossos técnicos. São nossas prioridades". Outra meta é ampliar a polĂ­tica de assistĂȘncia estudantil e melhorar as condições de trabalho salariais, incluindo a promoção de saĂșde, inclusive de saĂșde mental.

PermanĂȘncia

Para garantir a permanĂȘncia dos estudantes na Uerj, foi ampliado até dezembro o auxĂ­lio-alimentação. Além disso, jĂĄ foi assinado ato que reajustou, de acordo com o reajuste de salĂĄrio mĂ­nimo, o valor das bolsas para cotistas, que a Uerj dĂĄ para estudantes que tĂȘm dificuldade financeira para continuarem na universidade. "Nós reajustamos o valor da bolsa para R$ 706, para cada estudante que tem direito de receber tanto a bolsa de permanĂȘncia, como a bolsa de vulnerabilidade". A nova reitora disse que estĂĄ trabalhando também para garantir acesso à alimentação em todos os campi. No campus Maracanã, jĂĄ estĂĄ sendo feita reforma para aumentar a oferta de refeições por dia. Gulnar estĂĄ trabalhando também para que os outros campi da universidade (Friburgo, Resende, zona oeste do Rio, São Gonçalo, Caxias) tenham também acesso à alimentação.

Ainda dentro das prioridades para os estudantes, Gulnar citou como de grande importância a aprovação, pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), da Lei de AssistĂȘncia Estudantil estadual. "Existe a (lei) federal, mas não a estadual. Com isso, a gente não precisaria, todo mĂȘs, ficar tendo que negociar com o estado as bolsas. Porque, isso por lei, teria que acontecer."

Para além das bolsas, a reitoria estĂĄ procurando ações que ajudem a orientação pedagógica, o acolhimento dos estudantes, a assistĂȘncia psicossocial. "A pró-reitoria jĂĄ vem trabalhando para garantir aos nossos estudantes a boa condição de estar aqui, de vir para a aula e para todos os espaços da Uerj, mas também vendo esse estudante no seu sentido geral: no que ele estĂĄ com dificuldade hoje para se formar, como vai ser a inserção dele no mercado de trabalho."

Mulheres

Gulnar Azevedo serĂĄ a segunda mulher a exercer a reitoria da Uerj, em 73 anos de história da instituição. A primeira foi a também médica Nilcea Freire, entre 2000 e 2003. Na sua avaliação, as mulheres, cada vez mais, tĂȘm que estabelecer esse trabalho e ocupar esses cargos. "A gente quer garantir uma presença feminina que seja uma presença marcante. Faz toda a diferença". Uma de suas ações serĂĄ a criação da SuperintendĂȘncia de Igualdade Racial e de GĂȘnero.

Mercado de trabalho

A nova direção da universidade pretende identificar as necessidades existentes de formação, vinculadas ao desenvolvimento do estado e, também à possibilidade de inserção dos alunos formados no mercado de trabalho. "A gente percebe que hĂĄ uma grande dificuldade e quer contribuir com a possibilidade de as pessoas poderem não só vir para a universidade, ter acesso ao ensino superior, como se colocar, uma vez que tenham se formado, e ajudĂĄ-los nesse sentido."

Gulnar assegurou que a Uerj tem que se aproximar do mundo do trabalho, pensar que cursos hoje precisam ser estimulados, ampliados inclusive, ou criados novos cursos. "Nesse sentido, a gente estĂĄ trabalhando no nosso projeto acadĂȘmico e cientĂ­fico. Queremos também garantir boas condições aqui para os nossos técnicos e docentes. Melhorar a administração da Uerj e também do trabalho do dia a dia". Outra prioridade é dar para a população fluminense uma formação de qualidade, a partir da identificação das lacunas existentes atualmente.

Parcerias

As parcerias da Uerj com universidades do mundo inteiro serão ampliadas pela nova gestão. Nesse sentido, estĂĄ sendo implementada a ĂĄrea internacional na instituição que vai viabilizar convĂȘnios no nĂ­vel de graduação e de pós-graduação. "Estabelecer redes de pesquisa e intercâmbio. JĂĄ começamos a trabalhar nessa perspectiva". Para que isso ocorra, destacou a necessidade de garantir para os estudantes o acesso ao aprendizado de idiomas. "Porque não adianta só estabelecermos tudo isso, se não hĂĄ condições de ter nossos estudantes podendo falar a lĂ­ngua dos paĂ­ses para onde eles vão. Aprendendo outros idiomas, eles estarão aptos a fazer os intercâmbios."

Do lado da pesquisa, a reitora quer fortalecer as redes internacionais jĂĄ existentes na Uerj com a Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos e, inclusive, abrir outras. Ela pretende intensificar convĂȘnio como Japão e, também, fazer um trabalho mais próximo com a China. "Tudo isso estĂĄ sendo revisto, para ver o que pode ser incentivado, e fortalecer as ĂĄreas que permitem esse intercâmbio."

HĂĄ mais interesse, por parte da Uerj, em trabalhar com as universidades estrangeiras nas ĂĄreas tecnológica, de saĂșde, biomédica, geologia, quĂ­mica e, nas ĂĄreas humanas, em firmar convĂȘnios nas ĂĄreas de letras e de ciĂȘncias sociais. "Acho que a gente teria que pensar no que não temos agora e onde é importante viabilizar. Isso fazendo em parceria também com as propostas que hoje o governo federal nos aponta, via nossas agĂȘncias de fomento", concluiu Gulnar Azevedo.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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