A sórdida trama para executar o policial penal de GoiĂĄs José Françualdo Leite Nobrega (foto em destaque) tem nuances de crueldade e traição. O principal suspeito de ter arquitetado o plano é Manelito Lima JĂșnior, amigo da vĂtima por 15 anos.
Como de costume, todos os anos Manelito organizava a festa de aniversĂĄrio para o policial penal. Quando a vĂtima completou 36 anos, em 2022, foi o algoz quem planejou também a comemoração junto com a esposa da vĂtima – que faz aniversĂĄrio em dezembro. Veja a imagem:
Antes de matar o amigo a sangue frio com quatro tiros, sendo um nas costas e trĂȘs no peito, Manelito estava novamente traçando planos para a comemoração da data especial. "Eles eram carne e unha", disse um familiar que preferiu não ser identificado. "Os dois estavam em todas as festas juntos, eram amigos mesmo. Sempre foi alguém acima de qualquer suspeita", declarou.
A confiança era tanta que José Françualdo deixava Manelito como responsĂĄvel pelas finanças de uma loja de aluguel de material de construção. Manelito frequentava o seio familiar da vĂtima e compareceu ao aniversĂĄrio de 8 anos da sobrinha.
O corpo do servidor foi encontrado nesse sĂĄbado (6/1) e estava desaparecido havia mais de um mĂȘs. Ele foi assassinado com quatro tiros: um nas costas e trĂȘs no peito. O corpo encontrava-se em avançado estado de decomposição.
"Eles estavam dentro da casa dele, jĂĄ trabalhavam com ele hĂĄ mais de 10 anos", disse ao Metrópoles um parente da vĂtima, que preferiu não ser identificado. "Fazer isso por dinheiro foi uma covardia tremenda", declarou.
Entre os detidos estão dois funcionĂĄrios que trabalhavam para o policial penal em uma loja de aluguel de material de construção. Um deles foi identificado como Manelito Lima JĂșnior, responsĂĄvel pela parte financeira do estabelecimento gerenciado por Françualdo.
Outro suspeito de ter participação na execução do servidor da segurança pĂșblica foi identificado como Daniel Amorim Rosa de Oliveira. A terceira detida é Marinalda Mendes Vieira. O papel de cada um no crime bĂĄrbaro ainda não foi detalhado pela PolĂcia Civil de GoiĂĄs (PCGO).
O presidente do Sindicato dos Policiais Penais de GoiĂĄs, Maxsuell Miranda das Neves, lamentou a notĂcia. "A categoria estĂĄ de luto pela morte do nosso irmão. Françualdo era um excelente profissional e muito querido pela tropa. O que fizeram foi uma covardia muito grande, porque ele deu emprego para algumas pessoas e acabou covardemente assassinado por elas."
Sumiço em novembro
O servidor estava desaparecido desde 27 de novembro de 2023. As informações foram confirmadas pelos parentes do policial.
"Acreditamos sinceramente que o Aldo [apelido do policial] tenha morrido por causa de dinheiro, pois Manelito e o Daniel guardavam a espécie, por volta de R$ 150 mil, e esse valor ele descobriu que estava sendo roubado", detalhou o familiar. "AĂ ele deu uma "pressão" neles, e ficou combinado de acertarem as contas no fim do mĂȘs, exatamente quando morreu", afirmou o parente.
Morador de Águas Lindas (GO), José Françualdo trabalhava no presĂdio de Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do Distrito Federal.
Veja o passo a passo dos acontecimentos:
Além de policial, José Françualdo — conhecido como Aldo — era empresĂĄrio. Em 2021, ele abriu uma empresa no ramo de locação de equipamentos de construção, em Águas Lindas (GO), também Entorno do DF.
Fonte: Metrópoles.