Se tem algo que machuca na vida é ter que lidar com um filho que agride a mãe verbalmente, não é mesmo?
Esse tipo de comportamento já é repreensível na mais tenra idade e fica ainda mais difícil quando o filho já um adulto, continua a ofender e machucar alguém que o ama.
Partindo do pressuposto de que você, como mãe, quer entender o que fazer para que esse comportamento não volte a acontecer, preparamos um conteúdo completo com estratégias e discussões relevantes.
Confira!
Um filho que agride a mãe verbalmente o faz porque a agressividade é uma forma de comunicação. Ela é uma das piores, obviamente, mas não podemos esquecer que agredir é uma maneira de comunicar sentimentos, principalmente tratando-se de uma agressão verbal.
Se o que acontece é uma comunicação agressiva e violenta com palavras, há coisas que machucam sendo ditas. Nesse contexto, a pergunta que fica é: por que a agressividade e a violência estão indo em sua direção junto com as palavras que saem da boca do seu filho?
Uma resposta para isso é que se trata de uma pessoa que não sabe manejar as próprias emoções, seja seu filho um bebê ou um homem feito.
Ademais, é possível que o indivíduo esteja passando por conflitos e dificuldades com as quais não consegue lidar direito e, ao agredir a mãe, externa sua angústia. No entanto, permanece a questão do porquê essa mãe é o "saco de pancadas" que um filho pode atingir quando está se sentindo estressado ou angustiado.
Abaixo indicamos algumas possibilidades com as quais você poderá se identificar.
Em primeiro lugar, temos que um filho agressor pode não ter aprendido que sua mãe é uma autoridade. Será que ele seria agressivo com um policial ou com um juiz mesmo se estivesse nervoso?
A agressão existe porque, de alguma maneira, há uma brecha na comunicação entre mãe e filho na qual esse indivíduo percebe a agressividade como um meio de transmissão possível.
Assim sendo, pergunte-se:
Uma outra motivação para ter na família um filho que agride a mãe verbalmente é a liderança pelo exemplo. Explicamos melhor: ter na família uma outra pessoa que agride essa mesma mãe verbalmente pode servir como exemplo para que o filho dela a trate de forma semelhante.
Nesse contexto, vale lembrar que se essa mulher se submete ao agressor que serve de exemplo, também temos um padrão que se repete no relacionamento que ela tem com seu filho.
É importante destacar também que nem sempre essa submissão a agressores é voluntária. Há ambientes familiares absurdamente abusivos para mulheres.
Ademais, é comum que elas não consigam se desvencilhar deles e fiquem presas ao ciclo de abusos que se estende até as suas futuras gerações e só acaba para elas no momento em que morrem.
Apontamos acima um caso de violência verbal diante da qual uma mãe não pode nem deve assumir a responsabilidade. Contudo, quando é possível colocar limites na comunicação de uma pessoa e você não o faz, você se torna responsável pela maneira como ela se dirige a você.
Se a própria mãe não ensina a maneira como gosta de ser tratada e o respeito que ela espera de seu filho, quem vai ensinar?
O limite, aqui, é o mesmo que vale para a extensão das nossas liberdades individuais. A minha liberdade tem seu limite na liberdade do outro. Esse é um conhecimento importante para a vivência social do seu filho, inclusive.
Não violar a integridade de uma pessoa quando se comunica com ela não é algo válido só dentro da esfera familiar!
Um outro motivo que justifica o relacionamento com um filho que agride a mãe verbalmente é a falta de comunicação dele com essa mulher.
Para forjar um relacionamento, o contato é necessário. Isso significa que nem sempre os seus filhos vão acertar na maneira de se dirigir a você.
Contudo, nessas oportunidades, você pode ensinar o jeito como você espera que essa comunicação ocorra.
Uma outra causa para que um filho seja agressivo com a mãe é a desconfiança. Ele não confia nessa mulher por algum motivo que, obviamente, deve ser investigado.
Às vezes encontramos esse tipo de dinâmica familiar nas casas em que a mãe se casou novamente com alguém que o filho não aceita. Nesse contexto, a agressividade na comunicação existe como forma de revolta e reprovação.
Vale lembrar que nem sempre os filhos estão certos ao desconfiar da mãe. Caso note que esse é o problema em sua casa, vale a pena conversar e explicar as suas motivações ao tomar decisões.
Não se trata de pedir a autorização para seu filho, mas de ensiná-lo como a comunicação funciona a fim de ser transparente. A transparência costuma minar a desconfiança.
Não podemos deixar de fora um dos principais motivos pelos quais vemos um filho que agride a mãe verbalmente: os vícios adquiridos ao longo de sua vida.
Nesse caso, a pessoa está enfrentando um "demônio" maior que ela. Portanto, ainda que esse filho ame demais seus pais, não consegue manifestar seu sentimento adequadamente.
No caso de vício em substâncias químicas, constantemente o indivíduo está fora de si quando machuca a quem ama. Esse tipo de contexto está muito presente nas temporadas da série "Euphoria" (HBO).
Há uma cena em particular da protagonista Rue, que é viciada em opióides, na qual ela está agredindo verbalmente sua mãe. Nessa representação (assista à cena legendada) fica perceptível o quanto o vício pode levar um filho a dizer coisas que nunca pensou dizer para alguém que ele ama.
Agora que você conhece algumas das causas de um comportamento verbal agressivo, falaremos sobre estratégias para lidar com um filho que agride a mãe verbalmente.
Lembre antes de tudo que a sua comunicação deve ser um espelho do que você espera receber dos seus filhos.
Isso significa que, ao se comunicar xingando, com aspereza e faltando com respeito, é difícil cobrar reciprocidade dos seus filhos. Trate-os com o respeito que espera receber.
Este é o caso mais comum, vivenciado pela maior parte dos pais justamente porque, quando pequenas, as crianças não sabem o que é aceitável ou não no relacionamento com seus pais.
Assim sendo, é a criação que vai ditar o tratamento que você vai receber. Nesse contexto, este é o momento mais propício para ensinar quais são os seus limites e o que você não tolera. Faça isso enquanto ensina o que deve ser feito.
Para que o seu bebê não seja um filho que agride a mãe verbalmente, ensine desde cedo o que ele pode ou não dizer a você.
A adolescência, com todos os seus hormônios e conflitos, acaba sendo o momento ideal para a formação de filhos agressores. Até mesmo crianças que nunca foram rebeldes acabam se envolvendo em conflitos com os pais nessa fase da vida.
Mais uma vez, é importante deixar muito claro qual o tipo de comunicação que é regra dentro do ambiente familiar e o que não será tolerado.
Ademais, vale investigar se há uma exposição em demasia do adolescente a estímulos violentos como jogos, filmes e a influência de colegas. Investigue ainda a possibilidade de traumas e experiências negativas com bullying e abuso sexual.
Não deixe de conversar com seus filhos também. Ao invés de permitir que a adolescência afaste pessoas que se relacionam bem, se interesse pela realidade, pelos gostos e pelos medos de quem você ama.
Por fim, não esqueça de tratar todas as ocorrências de agressão com uma ação reparadora.
Em caso de brigas e palavras ofensivas, o adolescente deve pedir desculpas. Episódios de agressão não devem ficar impunes ainda que não estejamos falando de castigos ou violência física, mas de reparações.
No caso de um filho que agride a mãe verbalmente e é adulto, uma alternativa necessária é o afastamento ou a separação com o objetivo de que os filhos se desenvolvam sozinhos.
É muito difícil aceitar homens e mulheres formados morando sob sua responsabilidade, dependendo do seu dinheiro e, ainda por cima, tratando a própria mãe com agressividade. Se esse é um comportamento que você não tolera e continua ocorrendo, é importante fazer valer a hierarquia da sua família e sua autoridade.
Consequentemente, ao tirar seus filhos de casa, você ainda estimula a independência desses adultos. Trata-se de um resultado altamente desejável.
Fonte: Constelação Clinica