Torres normalmente são conhecidas por seu tamanho e sua beleza. A famosa Torre de Pisa também conta com essas características, mas o que de fato fez ela ficar famosa no mundo inteiro é o fato dela estar inclinada, e quase caindo. Mas o que mantém esse "quase?"
Praticamente todas as grandes construções do passado desabaram (ou foram derrubadas) com o passar dos anos, mas a Torre de Pisa, na na Piazza del Duomo da Catedral de Pisa, na Itália, segue de pé desde que começou a ser construída no ano de 1173 dC.
Bom, a torre não está em pé apenas por sorte, ela também já contou com algumas intervenções. Apenas cinco anos após o começo de sua construção, o solo ao redor começou a ceder e engolir lentamente as fundações da grande obra. Na época a inclinação foi pequena, mas foi aumentando com o passar dos séculos.
O primeiro ponto que evitou sua queda ocorreu nessa época: a construção da torre foi pausada. Se continuassem adicionando novos andares, ela simplesmente teria vindo abaixo. Foi apenas no ano de 1272 dC que a obra foi retomada, após o solo já estar consolidado.
Mas isso não resolveu o problema e a inclinação começou a aumentar e algumas mudanças foram feitas, como tornar o lado sul da torre um pouco mais alto. Embora seja pouco visível a olho nu, a estrutura da torre não é totalmente plana, ela tem uma curva proposital.
Mesmo essas mudanças não foram suficientes para manter a torre reta e, todas as tentativas de torná-la "convencional" fracassaram. Fazendo a construção seguiu com seu formato famoso até hoje.
Como está a Torre de Pisa hoje?
Os problemas acabaram? De forma alguma. No início da década de 1990, a torre inclinou-se num ângulo de 5,44 graus, apontado como o número em que a construção entraria em colapso.
Pouco tempo depois, a torre foi fechada ao público e o governo italiano recrutou um grupo de especialistas, presidido pelo engenheiro civil Michele Jamiolkowski, para descobrir como salvá-la.
Eles pensaram em injetar cimento sob a torre, mas decidiram que era muito arriscado e, em vez disso, tentaram ancorar o lado norte com 900 toneladas de pesos de chumbo para contrabalançar o sul afundado.
Quando isso não funcionou, eles escavaram o solo sob o lado norte da torre. Lentamente, ela começou a subir – e girar. Quem já jogou "Jenga" ou "Torremoto", que desafiam a gravidade, sabe como isso seria estressante.
O projeto de estabilização de uma década foi finalmente concluído em 2001, a torre se endireitou cerca de 40 centímetros e agora sua inclinação é de apenas 4º – ainda duas vezes mais do que a inclinação original do edifício quando a construção foi concluída em 1350.
Em 2013, pesquisadores da agência científica nacional da Austrália, CSIRO, também mapearam todos os cantos da torre usando scanners 3D, criando algumas reconstruções digitais da torre que poderiam ser usadas caso o edifício precisasse de reparos.
A torre agora oscila levemente, em média cerca de meio milímetro por ano, segundo o geotécnico Nunziante Squeglia, professor de geotecnia da Universidade de Pisa, que faz parte do grupo de monitoramento. "Embora o que mais conta seja a estabilidade da torre do sino, que é melhor do que o esperado", disse Squeglia à ANSA.
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