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Presidente da Câmara diz que denúncias contra padre Júlio são graves e serão levadas ao Vaticano

Por Redação 05/01/2024 às 23:24:10


Vereador Milton Leite disse que irá se manifestar quando as acusações forem protocoladas

Milton Leite, vereador da União Brasil e presidente da Câmara Municipal de São Paulo, informou que as acusações contra o padre Júlio Lancellotti serão encaminhadas ao Vaticano, devido à sua extrema gravidade, conforme relatado à Folha de S. Paulo.

O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) propôs uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, que tem como foco investigar Lancellotti.

De acordo com o jornal, a comissão pode ser estabelecida em fevereiro. Leite declarou que ele vai esperar uma explicação dos acontecimentos antes de fazer qualquer comentário sobre a medida.

"Peço um pouco de paciência", afirmou o vereador à Folha.

"Vou aguardar que a primeira denúncia contra o padre chegue ao Vaticano, que está sendo providenciada. Tanto lá quanto no Ministério Público de São Paulo e na Confederação Nacional dos Bispos do Brasil [CNBB]."

Na entrevista, Leite se mostrou impactado com as denúncias.

"Quando as denúncias contra ele, que são de extrema gravidade, forem protocoladas, vou me manifestar", observou o parlamentar. "Até lá, eu vou aguardar a reunião do colégio de líderes [que será realizada no retorno do recesso do Legislativo paulistano]."

O padre Júlio foi abordado pelo jornal e respondeu enviando um artigo da revista Piauí, publicado em 2022. De acordo com a Folha, o artigo mencionado por ele revelou que membros do Movimento Brasil Livre (MBL) criaram um perfil falso para inventar uma acusação de pedofilia contra o padre.

A revista Piauí divulgou que havia o objetivo de apoiar a candidatura de Arthur Do Val, também conhecido como Mamãe Falei, para prefeito. Conforme a Folha de São Paulo, Do Val renunciou ao seu cargo como deputado estadual em 2022, enquanto o vereador Rubinho Nunes, que já foi filiado ao MBL, deixou o partido em outubro do mesmo ano.

O vereador Nunes disse que recebeu novas acusações depois da repercussão do caso.

"Recebi denúncias graves e solicitei a peritagem do material", afirmou ao jornal.

"Depois que eu tiver laudo de especialistas atestando a veracidade [do conteúdo] é que eu vou levar o caso às competências superiores."

O autor da CPI não revelou o teor das acusações.

"Do contrário, todo o material será destruído, para que ninguém tenha acesso", ressaltou o parlamentar.

"Não tenho interesse em prejudicar a imagem de ninguém, muito menos da Igreja Católica, pela qual tenho profundo respeito."

Pedido de abertura

Em dezembro, Nunes solicitou a abertura da CPI, contando com a assinatura de 24 vereadores e a perspectiva de que a aprovação ocorresse em fevereiro.

Após a grande oposição à comissão na última semana, pelo menos sete membros do parlamento retiraram seu apoio. Eles se sentiram desconfortáveis com a inclusão do padre Júlio nas investigações. Para que a comissão seja estabelecida, é necessário que a proposta seja avaliada pelo colégio de líderes e pelo plenário.

O padre Júlio passou a contar com o apoio do presidente (PT).

O presidente da República defendeu o pároco ao afirmar que "graças a Deus o país tem pessoas como o religioso." Lula disse que o trabalho do padre e o da Diocese de São Paulo são "essenciais" para assistir a população em situação de vulnerabilidade social.

Segundo informações da Folha, a Arquidiocese de São Paulo manifestou na noite de quarta-feira 3 sua surpresa diante da proposta de instauração de uma CPI.

Rubinho Nunes tem como foco de investigação na CPI o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, também conhecido como Bompar, e o grupo Craco Resiste.

As instituições, assim como o padre Júlio, realizam trabalho junto à população em situação de rua e a dependentes químicos da área central da cidade, informou o jornal.

O padre Júlio, segundo a Folha, já foi conselheiro da Bompar, entidade filantrópica ligada à Igreja Católica. A atuação da Craco Resiste é voltada ao combate à violência policial na região da cracolândia.

Em dezembro, o padre Júlio informou à Folha que não possui poder ou conexões com organizações e não colabora com projetos delas. Ele afirmou que faz parte do conselho deliberativo da Bombar, mas sem receber remuneração, e que já se desvinculou desse conselho há 17 anos.


Fonte: As informações são da Revista Oeste.

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