O termo "nomofobia" tem a sua origem nos diminutivos ingleses no-mo ou no-mobile, ou seja, referem-se à experiência que a pessoa vive quando não tem o seu telemóvel. O sufixo fobia alude ao medo de ficar sem telemóvel. Sendo assim, a nomofobia é a angústia ou medo que a pessoa sente face à ideia de ficar sem o seu telemóvel.
Trata-se de algo muito recente mas que tem vindo a afetar uma população cada vez mais vasta, nomeadamente junto das camadas mais jovens que estão, quase desde sempre, habituadas a viverem acompanhadas pelos seus telemóveis.
Em Portugal, por exemplo, estima-se que cerca de 90% da população tem acesso ao telemóvel e que mais de 7 milhões de portugueses acedem à internet através dos seus smartphones. Também os portugueses estão cada vez mais dependentes dos seus telemóveis e a verdade é que não é raro ouvir alguém dizer que se sente "nu" quando não tem o seu telefone consigo.
Levada esta sensação de estar "sem rede" ao extremo, o medo irracional de ficar sem telemóvel, seja porque fica sem saldo, sem rede ou sem bateria (ou até sem o próprio aparelho), pode ser considerado uma fobia, pois as pessoas que dela sofrem sentem-se verdadeiramente perturbadas quando não têm o suporte do seu smartphone.
Os grupos mais afetados por pela nomofobia são jovens entre os 18 e os 24 anos, geralmente com alguns traços de timidez e que usam o telefone para se comunicar de uma forma que consideram mais segura (por requerer um menor grau de exposição) com os seus pares. Por outro lado, o telemóvel é também utilizado para preencher todos os momentos vazios da pessoa, como por exemplo um momento de espera. A sua falta é então sentida como um desamparo, porque a pessoa fica sem saber o que fazer com o seu tempo livre.
Ao mesmo tempo, a ideia de estar incontactável é vivida como altamente angustiante, pelo que a pessoa passa a evitar situações em que tal possa acontecer. O ter um acesso constante à internet e às comunicações dota a pessoa de um sentimento de segurança, confiança e, em alguns casos, de um certo status que se pode ver ameaçado com a falta, mesmo que momentânea, do telemóvel.
Em linhas gerais, podem identificar-se alguns sintomas desta fobia:
Ao detetar estes sintomas, será importante encontrar algumas formas de contrariar o uso ansioso do telefone. Começar por escolher alguns períodos do dia nos quais o telefone fica desligado, ou que a pessoa fique sem acesso a ele, até progredir para o uso do telefone apenas quando é estritamente necessário.
O afastamento progressivo do uso do telefone pode significar uma considerável melhoria na qualidade de vida da pessoa, pois esta fica assim com mais tempo para se dedicar à vida "real".
Fonte: Mundo Psicologos