Quando o robô Elektro, com pouco mais de dois metros de altura, foi apresentado na Feira Mundial de Nova York em 1939, poucos imaginavam que, menos de cem anos depois, teríamos humanoides tão sofisticados a ponto de funcionar como personas de seres humanos para imortalizá-los. Mais do que fumar, uma das "façanhas" de Elektro, os novos robôs expressam emoções, discursam e refletem sobre sua condição existencial.
Equipados com modelos de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina, os robôs humanoides do século XXI imitam aspectos sutis do comportamento humano, falando e interagindo socialmente. Mais do que um experimento, eles representam hoje um mercado estimado em mais de US$ 1 bilhão até 2028 pela empresa de pesquisa Precision Reports.
Fornecidos na forma de robôs bípedes ou com rodas, os atuais humanoides são projetados para aplicações práticas como educação e entretenimento, pesquisa e exploração espacial, cuidados pessoais, busca e resgate, relações-públicas, entre outras. Apresentamos abaixo cinco dos modelos robóticos mais realísticos já construídos.
Desde que foi ativada em fevereiro de 2016, a robô humanoide Sophia se tornou uma espécie de superstar. Criada pela Hanson Robotics de Hong Kong, ela posou na capa de várias revistas, discursou em conferências de tecnologia e viajou o mundo inteiro como uma Embaixadora de Inovação da ONU, onde discursou sobre o papel da tecnologia na sociedade humana.
Equipada com IA e redes neurais, Sophia é capaz de distinguir gestos e emoções das pessoas. Seus recursos de linguagem natural permitem que ela participe de conversas e responda a perguntas, faça contato visual com seus interlocutores e movimente o corpo enquanto fala. Desde 2017, ela é cidadã da Arábia Saudita, o que a torna o primeiro robô do planeta a ser legalmente considerado como uma pessoa.
Criada para pesquisas nas áreas de IA, aprendizado de máquina e interação robô-humano, a Ameca é um robô humanoide desenvolvido pela empresa Engineered Arts, de Falmouth, na Inglaterra. Revelada em um vídeo no final de 2021, ela fez sua estreia oficial na CES 2022, em Las Vegas, nos EUA.
Vendo e ouvindo por meio de câmeras binoculares e microfones binaurais, a Ameca mexe a cabeça, pescoço, braços, mãos, tronco e rosto com auxílio de módulos separados. Alimentada pelo Tritium 3, ela pode ser operada remotamente para receber e cumprimentar pessoas em várias línguas, durante eventos.
Completando 12 anos, o Geminoid DK é uma réplica da cabeça e ombros do professor dinamarquês Henrik Scharfe, que participou de sua modelagem em parceria com a empresa de animatrônica japonesa Kokoro e o professor e pesquisador da Universidade de Osaka, Hiroshi Ishiguro. Ele é o primeiro da série a não usar uma pessoa japonesa como base.
Construído e programado para reproduzir expressões faciais e movimentos de cabeça por meio de captura de movimentos, o humanoide tem pele de silicone e é o primeiro a ter barba, com pelos implantados manualmente e aparados com o próprio barbeador do professor Scharfe.
Outro caso de alter ego, Nadine foi desenvolvida na Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU) de Cingapura, em 2015, para representar a professora Nadia Magnenat Thalmann, fundadora do MIRALab da Universidade de Genebra na Suíça. Seu hardware foi construído pela japonesa Kokoro, enquanto o software que controla as mãos do robô é da equipe de Thalmann na NTU.
Criada a partir de uma arquitetura de Percepção-Decisão-Ação (PDA), Nadine usa câmeras de profundidade 3D, webcams, microfones e sensores de movimento para reconhecer rostos, emoções, gestos, intenções e objetos. Robô social equipado com IA, Nadine foi criada para ser recepcionista ou acompanhante de pessoas com necessidades especiais.
Diferente dos seus colegas, o humanoide BINA48 é apenas um busto: uma cabeça e um tronco montados em uma armação. Mas sua história é impressionante. Em 2010, a advogada, empreendedora e ativista Martine Rothblatt encomendou à Hanson Robotics uma réplica humanoide de sua esposa Bina Aspen que permanecesse como uma representação digital, física e personalizada, para imortalizá-la.
Para concretizar o projeto, a Hanson construiu um arquivo mental com mais de 100 horas de memórias, sentimentos, maneirismos e crenças de Bina, com a qual programou o robô. A BINA48 é hoje uma espécie de ícone do Movimento Terasem, uma organização transumanista que se propõe a explorar e promover o uso da tecnologia para melhorar as capacidades humanas e prolongar a vida.
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Fonte: Interesting Engineering