Dois homens, de 29 e 37 anos, e duas mulheres, de 18 e 30 anos, são os presos até esta terça-feira (26) suspeitos de participação no sequestro de Marcelinho Carioca e Tais Alcântara de Oliveira, a amiga levada ao cativeiro com o ex-jogador, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso segue sob investigação pela Divisão Antissequestro (DAS) e o grupo foi indiciado por crimes que vão de extorsão mediante sequestro, lavagem de dinheiro, associação criminosa a receptação (veja abaixo pelo qual cada um responde e como foi o caso).
"Outras diligĂȘncias seguem em andamento visando à localização dos demais envolvidos e ao esclarecimento dos fatos", informou a pasta em nota ao g1.
O advogado de Jones reconhece que ele conseguia as contas bancĂĄrias para movimentação do dinheiro.
"Ele, de fato, entende ali que havia uma origem ilícita, mas que era um estelionato", diz o advogado Anderson Lima, que também representa Eliane.
"A Eliane ela é amiga de Jones. Ela simplesmente emprestou a conta para sacar os valores. Eles não participaram do sequestro", afirma.
A defesa dos outros citados não foi encontrada até a última atualização desta reportagem. A Justiça decretou as prisões preventivas dos quatro suspeitos acima e de outras duas pessoas (um homem e uma mulher), que ainda não foram detidos e são procurados pela polícia como foragidos.
Marcelinho e Taís foram sequestrados na madrugada de sĂĄbado (16) para domingo (17), e libertados pela Polícia Militar (PM) na segunda-feira (18). Eles estavam numa residĂȘncia de Itaquaquecetuba.
Ao todo, dez pessoas participaram da ação criminosa contra o ex-jogador e a amiga, segundo o delegado FĂĄbio Nelson Fernandes, diretor da Divisão Antissequestro. Ele disse que a quadrilha não planejou o sequestro de Marcelinho e da amiga. De acordo com a investigação, os dois foram levados por acaso, quando criminosos viram o carro de luxo do atleta circulando pela região.
"O sequestro foi ocasional. O crime não foi planejado", afirmou FĂĄbio na terça-feira (19).
Marcelinho contou que tinha ido a um show no estĂĄdio do Corinthians, em Itaquera, Zona Leste da capital, no domingo passado. Ao sair de lĂĄ, seguiu para Itaquaquecetuba para levar ingressos do evento para a amiga. Chegando ao local, ele contou que os dois foram abordados por homens armados.
"O automóvel chamou a atenção dos bandidos, que avaliaram que o dono dele teria dinheiro para extorquirem. Por isso o sequestraram. Como estava com a amiga, ela foi levada junto", disse o delegado.
Marcelinho foi agredido ao menos duas vezes com coronhadas. Até então, o grupo não sabia que tinha abordado um dos maiores ídolos corintianos.
"A todo momento, aquele apavoro. Um pegava uma arma: "JĂĄ viu isso aqui? JĂĄ brincou de roleta-russa?" E girava. Colocaram a arma por baixo da toalha, aí sente aquela coisa gelada", relembrou Marcelinho.
Os pedidos de pagamento de resgate para libertar o ex-jogador foram feitos pelos criminosos no domingo e na segunda. Um amigo chegou a transferir dinheiro para os bandidos.
O carro de Marcelinho tinha sido abandonado na rua pelos criminosos. PMs que passavam pela ĂĄrea suspeitaram do veículo e começaram a verificar a procedĂȘncia.
O cabo da PM ligou para um dos contatos relacionados ao carro e chegou ao advogado de Marcelinho, foi quando se descobriu que se tratava de um desaparecimento com sequestro. Parentes receberam mensagens com ameaças.
"Não vai mandar o restante do dinheiro, né? TĂĄ achando que estamos de brincadeira", escreveu o sequestrador em uma delas.
Denúncias anônimas levaram a PM até o local do cativeiro, também em Itaquaquecetuba. Os policiais encontraram Marcelinho e a amiga numa casa em que estava uma outra mulher, que foi presa por estar tomando conta do cativeiro.
Fonte: G1