Quando uma ditadura está completamente implementada, o ditador não sente mais a necessidade de esconder seu autoritarismo, pois nessa altura já não há resistência possível contra o regime. Neste estágio, a população já foi desarmada, censurada e sujeita a repressão policial e prisões como forma de coibir protestos e qualquer resistência. Já em fase avançada do processo revolucionário em Cuba, o terrorista Che Guevara fez questão de expor suas atrocidades em um discurso perante a ONU, transmitido para o mundo todo.
Orgulhoso, Che admitiu, em 1964, a execução de opositores do regime cubano, proclamando com veemência no púlpito das Nações Unidas: "Fuzilamentos? Sim, fuzilamos e continuaremos fuzilando sempre que necessário. Nossa luta é uma luta dedicada à morte."
A satisfação em matar era evidente em seu rosto, o mesmo rosto que agora é estampado em camisetas, canecas e acessórios usados por jovens esquerdistas em todo o mundo (principalmente dentro das universidades brasileiras).
Che Guevara era braço direito de Fidel Castro, pai da revolução cubana, que por sua vez desenvolveu uma amizade íntima com seu maior admirador da América Latina, Luiz Inácio Lula da Silva. Como já é sabido pela maioria dos meus leitores, os dois fundaram o Foro de São Paulo em 1990 e mantiveram a estreita amizade até o leito de morte do ditador cubano, em 2016.
"Morreu ontem o maior de todos os latino-americanos, o comandante em chefe da revolução cubana, meu amigo e companheiro Fidel Castro Ruiz.", disse Lula na ocasião da morte do sanguinário comunista.
Lula, que já tinha decretado o desarmamento da população brasileira – com exceção, é claro, dos criminosos – durante seu primeiro mandato em 2003, retornou oficialmente ao poder duas décadas depois para, junto com Supremo Tribunal Militante, digo, Federal, concluir a implementação do regime autoritário. Não é difícil imaginar o presidente brasileiro, ao término do dia, contemplando-se no espelho com orgulho, visualizando a imagem de Castro refletida. Afinal, o Brasil segue o caminho desastroso de Cuba, admirada, de longe, por quase toda a nossa classe "intelectual" e artística.
"Fidel fuzilou entre 15 mil e 17 mil pessoas (sendo 10 mil só na década de 60)."
Roberto Campos, autor de "A Lanterna na Popa" (Ed. Topbooks, 1994).
Uma análise rápida dos livros de história é suficiente para constatarmos que o regime lulista, respaldado por apoio crucial do Supremo Tribunal Federal e das Forças Armadas, está trilhando o caminho de nações subjugadas por ditaduras implacáveis ao redor do mundo. De maneira semelhante à experiência na ilha caribenha, opositores são detidos, sofrem censura e são acusados injustamente de crimes, inclusive de práticas que não são consideradas criminosas pela legislação (como a disseminação de "fake news", por exemplo), tudo para justificar a perseguição.
Recentemente, o petista deu declarações que resumem o novo e assustador momento que vive o Brasil sob seu comando.
Durante sua live "Conversa com o Presidente", uma tentativa de imitar as famosas lives de Bolsonaro, Lula reiterou a proposta de controlar a internet, usando o termo mais palatável de "regulamentação das redes sociais". Sob a justificativa de "combater o preconceito" no ambiente virtual, ele defendeu a necessidade de uma "regulação global": "O mundo já era preconceituoso contra mulher, contra negro, contra pobre. Agora, com a internet, virou hiperpreconceituoso, porque as pessoas transformam o seu preconceito pessoal para milhares, milhões de pessoas" e completou: "Como é que a gente trata isso sem fazer censura? É um desafio!".
Censura (do latim cens?ra) é a desaprovação e consequente remoção da circulação pública de informações e ideias.
Neste contexto, o Projeto de Lei que pode transformar a censura em lei, conhecido como PL das Fake News, avança no Congresso e deverá ser uma prioridade em 2024, conforme indicado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT).
As semelhanças entre ditadores não são meras coincidências; afinal, o modus operandi é o mesmo. Em 2021, o sucessor de Raul Castro em Cuba, Miguel Díaz-Canel, que também se aproximou de Lula, afirmou: "A liberdade de expressão na Revolução continua tendo como limite o direito da Revolução de existir". Díaz é também primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba, o único partido da ilha.
A permanência "para sempre" no poder, prática comum em regimes comunistas e impossível de acordo com a legislação brasileira, também é um desejo do presidente. Na última terça-feira, 19, Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não deveria sair mais do poder. Lula lamentou que suas "vitórias eleitorais" fossem atribuídas à "sorte" e afirmou que, se isso fosse verdade, ele deveria ser reeleito para sempre.
"Se é verdade que eu tenho sorte, o povo deveria me eleger para sempre. Esse País está precisando de tanta sorte que a gente não deveria sair mais", disse em uma transmissão nas redes sociais.
Fico sinceramente na dúvida se a "sorte" a que o petista se refere seria o aumento de impostos, a censura, a prisão de inocentes, o Estado policialesco, a pobreza, a criminalidade ou a decadência moral que imperam no Brasil com o apoio incondicional da esquerda.
A expressão "Viva Fidel", escrita por Lula na parede, não combina com "Viva a Liberdade". Atualmente, a liberdade para os brasileiros, assim como para os cubanos, transformou-se em um sonho distante.
Crimes de Fidel Castro ficaram impunes
O "Le livre noir du communisme" (Edições Robert Laffont, Paris, 1997), O Livro Negro do Comunismo, escrito por seis historiadores europeus, com acesso a arquivos soviéticos, mostra de maneira crua toda a violência do comunismo ao longo da história humana. Em 1998, Roberto Campos expôs sua indignação diante dos fatos relatados no livro em sua coluna na Folha de São Paulo. Fidel Castro, adorado por Luiz Inácio Lula da Silva, não escapou do olhar dos historiadores. Os crimes macabros do líder da Revolução Cubana foram revelados, em parte, em números.
"A aritmética macabra do comunismo assim se classifica por ordem de grandeza -China (65 milhões de mortos); União Soviética (20 milhões); Coréia do Norte (2 milhões); Camboja (2 milhões); África (1,7 milhão, distribuído entre Etiópia, Angola e Moçambique); Afeganistão (1,5 milhão); Vietnã (1 milhão); Leste Europeu (1 milhão); América Latina (150 mil entre Cuba, Nicarágua e Peru); movimento comunista internacional e partidos comunistas no poder (10 mil).
Em termos de percentagem da população, o campeão absoluto foi Pol Pot, que exterminou em 3,5 anos um quarto da população do Camboja. Fidel Castro, por sua vez, é o campeão absoluto da "exclusão social", pois 2,2 milhões de pessoas, equivalentes a 20% da população da ilha, tiveram de fugir. Juntamente com o Vietnã, Fidel criou uma nova espécie de refugiado, o "boat people" -ou seja, os "balseros", milhares dos quais naufragaram, engordando os tubarões do Caribe. A vasta maioria dos países comunistas é culpada dos três crimes definidos no artigo 6º do Estatuto de Nuremberg: crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade."
Fonte: Gazeta Brasil