A Justiça de São Paulo tornou réus os policiais militares Eduardo de Freitas Araújo e Augusto Vinícius Santos de Oliveira, da Rota, pelo crime de homicídio duplamente qualificado contra Rogério Andrade de Jesus, em 30 de julho de 2023, na Vila Zilda, no GuarujĂĄ. A Justiça também determinou o afastamento dos agentes do policiamento ostensivo.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou os agentes pelo crime de homicídio duplamente qualificado contra Rogério, com as qualificadoras de motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A denúncia foi acolhida pela 3ÂȘ Vara Criminal de Justiça do GuarujĂĄ nesta terça-feira, após anĂĄlise de imagens das câmeras corporais usadas pelos PMs, depoimentos de testemunhas e dos agentes, e confronto desses dados com laudos periciais produzidos no curso da investigação.
Segundo o MPSP, os policiais estavam patrulhando o bairro quando chegaram ao endereço da vítima. Eduardo deu um tiro de fuzil em direção ao interior da casa, que atingiu Rogério, enquanto seu parceiro, Augusto, tentou tampar a câmera corporal para que a ação não fosse gravada. Ainda segundo a denúncia, um dos PMs colocou um colete à prova de balas em cima de um armĂĄrio e depois o pegou, filmando a cena, para parecer que era da vítima.
O boletim de ocorrĂȘncia registrado pelos PMs afirma que Rogério estava armado com uma pistola e apontou a arma para os agentes. No entanto, as imagens das câmeras corporais mostram que Rogério estava desarmado quando foi baleado.
Segundo a versão apresentada pelos policiais na delegacia de GuarujĂĄ, durante o patrulhamento na região, a população apontou para um morro, levando os agentes a descerem da viatura para investigar. Eles relataram que as pessoas indicaram uma casa, sem fornecer informações sobre o morador. De acordo com os depoimentos policiais, a porta estava entreaberta, e ao olharem, avistaram um indivíduo armado com uma pistola.
Fonte: Gazeta Brasil