Estudo publicado na revista científica BMJ Oncology revela que, em todo o mundo, o número de casos de câncer em pessoas com menos de 50 anos subiu assustadores 79%,.
Segundo os pesquisadores envolvidos no estudo, que incluem cientistas renomados de instituições como a Universidade Zhejiang, na China, a Universidade de Edimburgo e o Imperial College London, no Reino Unido, entre outras, a tendĂȘncia é que este quadro continue a se agravar.
Casos e mortes por câncer nesta faixa etĂĄria devem aumentar entre 31% e 21%, respectivamente, até 2030, sendo as pessoas com cerca de 40 anos as mais afetadas, destaca a anĂĄlise. Essa pesquisa foi realizada considerando dados de 204 países acerca da incidĂȘncia de câncer, mortes, efeitos na saúde e fatores de risco em pessoas entre 14 e 49 anos.
Para os pesquisadores, os dados revelam que, em 2019, foram registrados 1,82 milhão de novos casos de câncer em pessoas abaixo dos 50 anos. Este número evidencia um crescimento de 79% se comparado aos dados de 1900. JĂĄ o número de mortes por câncer nesta faixa etĂĄria em 2019 foi de 1,06 milhão, um aumento de 28% em relação a trĂȘs décadas antes.
A maior parte desses casos foram de câncer de mama, com uma incidĂȘncia de 13,7 diagnósticos a cada 100 mil habitantes no mundo. No entanto, os tumores de traqueia (nasofaringe) e de próstata foram os que apresentaram maior crescimento no período analisado, aumentando anualmente 2,28% e 2,23%, respectivamente.
As regiões que apresentaram maior incidĂȘncia de câncer foram América do Norte, AustralĂĄsia e Europa Ocidental. No entanto, os países em desenvolvimento, com baixa a média renda, como aqueles localizados na Oceania, Europa Oriental e Ăsia Central, sofreram com uma taxa de mortalidade maior.
O estudo evidenciou que, nesses países, o impacto do câncer é mais devastador para as mulheres, tanto em termos de mortes quanto em qualidade de vida.
Os cientistas acreditam que uma combinação de fatores genéticos e comportamentais contribui para o aumento de casos de câncer entre pessoas jovens. Entre os comportamentos de risco, destacam-se a mĂĄ alimentação, o consumo de ĂĄlcool e tabaco, o sedentarismo, a obesidade e o excesso de açúcar no sangue. Porém, eles ressaltam que ainda hĂĄ muito a se estudar.
A infraestrutura de saúde precĂĄria em alguns países pode resultar em subnotificação e subdiagnóstico. Além disso, é preciso considerar o impacto da capacidade cada vez maior de realizar diagnósticos precoces e a exposição a fatores ambientais.
Os especialistas frisam a necessidade de investimento em medidas preventivas e de detecção precoce, bem como a importância de se desenvolverem novas estratégias de tratamento. Além disso, ressaltam a importância do cuidado holístico, levando em consideração as peculiaridades e necessidades da população mais jovem.
Fonte: Créditos: Catraca Livre