Um ex-professor da Universidade de São Paulo (USP) foi condenado pela Justiça Federal por desviar cerca de R$ 930 mil do Departamento de Zoologia da instituição entre 2012 e 2014. Durante esse período, o docente estava encarregado da administração dos gastos de um programa de pós-graduação da unidade. Duas outras pessoas envolvidas no esquema também foram consideradas culpadas.
De acordo com as investigações do Ministério Público Federal (MPF), Marcelo, o ex-professor universitário, apropriou-se indevidamente dos valores por meio de notas fiscais frias, registros falsos de compras para o departamento que não foram realizadas. Ele chegou a ter sua prisão decretada em dezembro de 2017.
O juiz Hong Kou Hen, responsável pela sentença, afirmou que "as condutas dos réus Marcelo, Sérgio e Marcos evidenciam um comportamento desonesto e corrupto".
Marcelo foi condenado a restituir cerca de R$ 651 mil. Os três condenados também estão obrigados a pagar uma multa civil equivalente ao acréscimo patrimonial.
Carvalho era o responsável pela gestão de R$ 2,9 milhões da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) repassados ao Departamento de Zoologia. Segundo o MPF, ele conseguiu obter 41 notas fiscais frias com as empresas Tec Science e Bellatrix, que ficavam com parte do valor da falsa compra como contrapartida pela emissão dos documentos.
O esquema começou a se desfazer após queixas sobre a falta de recursos na unidade, mesmo com o financiamento da Capes. A comparação entre as notas fiscais e o inventário dos materiais disponíveis revelou que, além de terem sido requisitados em quantidades muito superiores ao necessário, os itens adquiridos nunca foram entregues.
A lista de materiais adquiridos incluía, entre outros acessórios de pesquisa, 2 mil litros de álcool etílico, mais de 5 mil recipientes de vidro e quase 25 quilos de corantes. Essa quantidade seria suficiente, por exemplo, para a análise de 23,5 milhões de peixes. Entretanto, no estoque do departamento, havia apenas 12 litros de álcool, nenhuma peça de vidro com as especificações apontadas e 50 gramas de corantes.
Os quatro suspeitos foram denunciados pelo crime de peculato e, na esfera cível, ainda respondem por atos de improbidade administrativa. Até o momento, apenas Marcelo Rodrigues de Carvalho teve a prisão decretada.
Gazeta Brasil