O anĂșncio foi feito pelo presidente da RepĂșblica, Luiz InĂĄcio Lula da Silva, na abertura da 4ÂȘ ConferĂȘncia Nacional de Juventude, nessa quinta-feira (14). "Nós vamos fazer mais 100 institutos federais neste paĂs para que a gente possa suprir a ausĂȘncia de vagas para a juventude aprender uma profissão, ter um emprego digno e um salĂĄrio justo", afirmou.
Os institutos federais são instituições especializadas na educação profissional e tecnológica, oferecendo também educação bĂĄsica e superior. Os cursos são gratuitos. Os IFs constituem a Rede Federal de Educação Profissional, CientĂfica e Tecnológica, criada em 2008. Os institutos tĂȘm como obrigatoriedade legal garantir um mĂnimo de 50% de suas vagas para a oferta de cursos técnicos de nĂvel médio, prioritariamente na forma integrada, ou seja, junto ao ensino médio.Atualmente, a rede federal conta com 38 institutos federais, dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II, além de escolas técnicas ligadas a universidades federais. Cada uma destas instituições é composta por campi que atuam como unidades descentralizadas de ensino, dessa forma, o ensino das IFs chega a mais locais. Atualmente, o paĂs conta com mais de 680 unidades. São mais de 1,5 milhão de estudantes matriculados tanto nos grandes centros quanto no interior do paĂs.
Para o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, CientĂfica e Tecnológica (Conif), que reĂșne essas instituições, o anĂșncio é positivo e é uma pauta que vem sendo discutida hĂĄ um tempo. As instituições demandam tanto a expansão, criando novas unidades, quanto a consolidação, ou seja, a finalização de obras em curso e a contratação de pessoal em locais onde isso ainda não foi feito.
"Receber a expansão é um fator importante porque vamos chegar a novos espaços e novas cidades pelas cinco regiões do paĂs, levando a educação profissional e tecnológica pĂșblica, gratuita, de qualidade e inclusiva, que vem abarcando e recebendo a diversidade da sociedade como um todo", diz o vice-presidente de Relações Parlamentares do Conif e reitor do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IF SUL), FlĂĄvio Nunes.
Segundo ele, o Conif aguarda ainda as definições de como se darĂĄ essa expansão, de como serão selecionados os novos locais e também de como se darĂĄ a consolidação.
Os recursos tanto para a expansão quanto para a consolidação estão previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao todo, estão previstos R$ 3,9 bilhões para ambos. Ainda falta, portanto, definir quanto serĂĄ destinado a cada uma das rubricas.
A expansão serĂĄ importante também para a oferta do novo ensino médio, que estĂĄ em discussão no Congresso Nacional. Isso porque grande parte das vagas destina-se ao ensino técnico realizado junto com o ensino médio.
O anĂșncio da expansão foi comemorado também pelos estudantes. "Muita felicidade! Realizamos, nos dias 1Âș, 2 e 3 de dezembro, o maior encontro nacional de escolas técnicas da América Latina, e um dos encaminhamentos foi a expansão dos institutos federais brasileiros. Para nós é uma grande vitória! Da nossa pressão e mobilização", destaca a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz.
Beatriz ressalta que é preciso também garantir o funcionamento dos institutos que jĂĄ existem. "Agora precisamos garantir o fornecimento e reestruturação dos que jĂĄ existem. Para isso estamos tocando uma campanha chamada #IFSEMFOME: Pelo direito à alimentação gratuita nos instintos federais."
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, concorda que, para os estudantes, a expansão dos institutos federais é uma pauta essencial, assim como o fortalecimento e expansão também das universidades federais. Tanto as universidades quanto os institutos são importantes para que os estudantes possam ter a possibilidade de escolher. Se quiserem ir para o ensino técnico, que tenha IF de portas abertas, se quiserem universidades, vão encontrar universidades estruturadas, com orçamento robusto, com assistĂȘncia estudantil", defende.
"Ficamos felizes com o anĂșncio dos IFs, mas estamos na luta pela garantia do orçamento das universidades e institutos para o próximo ano", diz a presidenta. "Se a gente debate um projeto de Brasil para o futuro, com emprego e renda, com a juventude na universidade, a gente precisa de investimento nessa população e na estrutura da universidade", acrescenta.
Sobre a expansão e consolidação dos institutos federais, o MEC afirmou que o Novo PAC prevĂȘ R$ 3,9 bilhões, contemplando pelo menos 100 novos campi de IFs, com capacidade para 1,4 mil novas vagas cada. "O MEC, conjuntamente com a Casa Civil, estĂĄ ultimando os detalhes do plano de expansão para ser anunciado pelo presidente Lula em breve", diz a pasta.
*Colaborou Pedro Rafael Vilela
Fonte: AgĂȘncia Brasil