Javier Milei, o novo presidente da Argentina, afirmou, em seu primeiro discurso como chefe de Estado, neste domingo (10) que o país está começando uma nova era. Ele disse que essa nova era encerrará uma longa e triste história de decadência e declínio.
No entanto, Milei também advertiu que seu governo aplicará um duro ajuste econômico. Ele disse que esse ajuste terá um impacto negativo no nível de atividade econômica, no emprego, nos salários reais e no número de pessoas pobres e indigentes.
Milei fez seu discurso nas etapas do Congresso Nacional, após ser empossado e receber os atributos de comando na Assembleia Legislativa. O discurso durou cerca de 35 minutos.
"Hoje começa uma nova era na Argentina. Hoje encerramos uma longa e triste história de decadência e declínio e iniciamos o caminho da reconstrução de nosso país. Os argentinos, de maneira contundente, expressaram uma vontade de mudança que não tem mais retorno. Não há volta atrás. Hoje enterramos décadas de fracasso, brigas internas e disputas sem sentido. Brigas que só nos permitiram destruir nosso amado país e nos deixar na ruína. Hoje começa uma nova era na Argentina, uma era de paz e prosperidade, uma era de crescimento e desenvolvimento, uma era de liberdade e progresso. Um grupo de cidadãos argentinos reunidos em San Miguel de Tucumán disse ao mundo que as Províncias Unidas do Rio da Prata não eram mais uma colônia espanhola e que, a partir desse momento histórico, seríamos uma nação livre e soberana.
Durante décadas, enfrentamos disputas internas sobre qual deveria ser a forma institucional que nosso país precisava. Em 1853, após 40 anos de ter declarado a independência sob o patrocínio de um pequeno grupo de jovens idealistas que hoje conhecemos como a Geração de 37, decidimos abraçar as ideias da liberdade. Assim, foi promulgada uma constituição liberal com o objetivo de garantir os benefícios da liberdade para nós, para nossa posteridade e para todos os homens do mundo que queiram habitar o solo argentino.
O que se seguiu à promulgação dessa constituição, com raízes profundas no liberalismo, foi a expansão econômica mais impressionante de nossa história. De um país de bárbaros envolvidos em uma guerra sem trégua, tornamo-nos a primeira potência mundial. No início do século XX, éramos o farol de luz do Ocidente. Nossas costas recebiam de braços abertos milhões de imigrantes que escapavam de uma Europa devastada em busca de um horizonte de progresso.
Infelizmente, nossa liderança decidiu abandonar o modelo que nos tornara ricos e abraçou as ideias da liberdade e as ideias empobrecedoras do coletivismo. Por mais de 100 anos, os políticos insistiram em defender um modelo que só gera pobreza, estagnação e miséria. Um modelo que considera que os cidadãos existem para servir à política e não que a política existe para servir aos cidadãos. Um modelo que considera que a tarefa de um político é dirigir a vida dos indivíduos em todos os âmbitos possíveis. Um modelo que vê o Estado como um botim de guerra a ser distribuído entre amigos.
Senhores, esse modelo fracassou. Hoje começamos a reconstrução desse modelo. Mas especialmente, ele fracassou em nosso país. Assim como a queda do Muro de Berlim marcou o fim de uma época trágica para o mundo, estas eleições marcaram o ponto de virada de nossa história. Nestes dias, muito se falou sobre a herança que vamos receber. Permitam-me ser muito claro sobre isso.
Fonte: Gazeta Brasil