Em trĂȘs horas de depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que nunca tomou conhecimento do esquema de fraudes nos cartões de vacinação que teria à frente Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da PresidĂȘncia, e que envolveria Bolsonaro, sua filha e pessoas próximas, além do próprio Cid.
No depoimento, Bolsonaro afirma que nunca ouviu Mauro Cid mencionar o esquema ou como obteve os certificados, apesar de o ex-ajudante de ordens ficar encarregado de toda a sua gestão pessoal. O ex-presidente ainda ressalta que sequer sabe operar o ConecteSUS.
Sobre o certificado de vacinaçao emitido diretamente do PalĂĄcio do Planalto antes de Bolsonaro embarcar para o autoexílio em Orlando (EUA), no início da tarde de 30 de dezembro, o ex-mandatĂĄrio diz que não sabe quem fez a emissão.
As versões, no entanto, se chocam com as diligĂȘncias da Polícia Federal. Quando a documentação que embasou a prisão de aliados bolsonaristas, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, foi liberada por Moraes, tornou-se público que o usuĂĄrio de Bolsonaro no aplicativo ConecteSUS, do Ministério da Saúde, emitiu ao menos quatro vezes certificados de vacinação contra Covid-19 que seriam do ex-presidente.
TrĂȘs desses certificados foram emitidos em 22, 27 e 30 de dezembro de 2022; antes, portanto, de Bolsonaro embarcar para o autoexílio em Orlando (EUA), no início da tarde de 30 de dezembro.
Conforme publicado pelo colunista do Metrópoles Igor Gadelha, antes de Bolsonaro deixar a PresidĂȘncia, o e-mail de acesso à sua conta no ConecteSUS estava no nome de Cid. Após o dia 30, o e-mail foi alterado, deixando o controle com Marcelo Costa Câmara, assessor especial do ex-mandatĂĄrio. Os cartões de vacina foram posteriormente apagados.
Fonte: Metropoles