O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participaram de um ato no Congresso Nacional nesta quarta-feira (6) em defesa da continuidade das escolas cívico-militares. O evento formalizou a abertura de uma frente parlamentar em defesa do tema.
Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que a frente parlamentar "mergulha para mudar o país pela educação". "O objetivo é vocês serem alguém no futuro, e isso só é possível se tiverem uma boa carga de conhecimento, disciplina e hierarquia, tudo o que se consegue em grande parte nos colégios militares", declarou.
Os parlamentares que fazem parte da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Escolas Cívico-Militares defenderam a condução de governadores e divulgaram um modelo para que estados implementem o tipo de ensino.
A medida vem após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidir pelo fim do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim), criado no governo Bolsonaro, e que concedia recursos para instituições do tipo.
O modelo cívico-militar, até então financiado pelo Pecim, estabelece uma parceria entre servidores da rede pública e militares da reserva. Dentro da sala de aula, as escolas têm autonomia no projeto pedagógico. As aulas são ministradas por professores civis. Os militares atuam fora da sala de aula, como monitores, principalmente, de questões disciplinares.
Tarcísio de Freitas, que é um dos governadores que decidiu seguir com o modelo cívico-militar, afirmou que atualmente há 19 escolas com esse modelo no estado de São Paulo e pretende ampliar ainda mais. "Essas escolas estão fazendo a diferença. As pessoas acreditam nesse modelo, porque elas nos trazem esperança, e a escola é transformada numa casa de civismo", destacou.
O governador ainda contou que as famílias paulistas anseiam por esse modelo e em várias consultas públicas as escolas cívico-militares foram aprovadas. "É uma escola de brasilidade, civismo e patriotismo", acrescentou.
Para comprovar os resultados do modelo cívico-militar, o presidente da Frente, deputado Zucco (PSDB-RS), citou dados de um relatório produzido pelo Ministério da Educação em dezembro de 2022, como a redução de 82% da violência física, queda de 75% da violência verbal, diminuição de 82% da violência patrimonial, redução de 80% da evasão e abandono escolar e uma elevação de 85% no nível de satisfação global com o ambiente escolar.
"Além disso, tivemos a elevação do Ideb nessas escolas e a aprovação de alunos em universidades públicas pela primeira vez na história dessas unidades", apontou Zucco.
O parlamentar gaúcho disse que questionou o ministro da Educação, Camilo Santana, sobre o fim desse modelo nas escolas. Segundo Zucco, o ministro disse que não teriam sido comprovados resultados satisfatórios.
"Os resultados alcançados são fantásticos, e as comunidades estão extremamente satisfeitas. As demandas por novas migrações para o modelo cívico-militar não param de crescer. Jamais houve uma comunidade que tenha rejeitado o modelo. Em média, essas consultas têm a aprovação de 90% dos votantes. Os relatos dos prefeitos e diretores são de que, em menos de três meses, a realidade dessas escolas começa a ser transformada", ressaltou o parlamentar.
Zucco ainda afirmou que um dos papéis da Frente será oferecer o modelo de gestão estadual para os gestores interessados implantarem em seus municípios ou estados. "Será um facilitador para multiplicar a experiência exitosa. Queremos mais crianças cantando hino nacional, respeitando professores e colegas, e tendo orgulho de ser brasileiros", concluiu.
Gazeta Brasil