Além das acusações anteriores, o deputado federal André Janones (Avante-MG) enfrenta novas denúncias, agora relacionadas a pedidos de contribuições salariais de seus assessores para financiar futuras campanhas políticas. Em 2019, Janones propôs a criação de uma "vaquinha" entre os funcionários de seu gabinete na Câmara dos Deputados, sugerindo que contribuíssem com quantias proporcionais aos seus salários. "Eu pensei de a gente fazer uma vaquinha entre nós Se cada um der R$ 200 na minha conta, vai ter mais ou menos R$ 200 mil para a gente gastar nessa campanha", disse o deputado, segundo áudio ao qual a coluna teve acesso.
Essa proposta foi feita durante a mesma reunião em que Janones solicitou parte dos salários dos servidores para "reconstruir seu patrimônio", perdido nas eleições de 2016 em Ituiutaba (MG). "Como nós não vamos ser corruptos E isso é legal Isso a gente vai decidir entre nós", justificou Janones.
Além de usar os fundos para campanhas, Janones previu a arrecadação de aproximadamente R$ 200 mil com o esquema. "Se cada um der R$ 200 na minha conta, vai ter mais ou menos R$ 200 mil para a gente gastar nessa campanha", calculou ele.
Embora Janones não tenha concorrido em 2020, membros de seu grupo político, incluindo sua ex-assessora Leandra Guedes, eleita prefeita de Ituiutaba, participaram das eleições. Guedes é apontada por um ex-assessor de Janones como coletora do dinheiro da rachadinha, acusação que ela nega.
A divulgação destas informações intensifica a pressão sobre Janones, já alvo de um pedido de cassação por práticas de rachadinha. Em sua defesa, o deputado negou as acusações e pediu a divulgação completa dos áudios, argumentando serem manipulados. "Hoje saiu uma matéria que me acusa de rachadinha, coisa que eu nunca fiz É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes Essas denúncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo", defendeu-se Janones em nota.
Fonte: Hora Brasilia